Uso de força policial para desocupar reitoria da USP em breve reforçará discursos políticos oportunistas

(Foto: Lalo de Almeida - Folhapress)
À força – Os brasileiros que se preparem, pois a desocupação do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), a maior do País e uma das 200 melhores do planeta, certamente recheará os discursos dos oportunistas de plantão, em especial os adversários do governador Geraldo Alckmin e dos tucanos.

Respaldados por decisão judicial, que determinava a desocupação da reitoria até as 23 horas de segunda-feira (7), policiais militares da tropa de choque invadiram o prédio minutos depois das cinco horas da manhã desta terça-feira. Ainda dormindo, os baderneiros travestidos de alunos foram surpreendidos pela operação da PM paulista. Ao final, setenta alunos foram presos e levados para uma delegacia de polícia, onde estão presos e serão indiciados por dano ao patrimônio público, desobediência à ordem da Justiça e dano ambiental.

De acordo com as autoridades do 91º Distrito Policial, na Zona Oeste da capital, os estudantes serão colocados em liberdade mediante o pagamento de fiança de R$ 1.050,00, sendo que o valor pode ser recalculado em função da condição financeira de cada um dos indiciados. Caso contrário, eles serão transferidos para um presídio (Belém 2) na Zona Leste da cidade de São Paulo.

A invasão da reitoria da USP se deu após os estudantes se rebelarem contra a presença da Polícia Militar no campus, que passou a atuar no local em decorrência de diversos crimes ocorridos nos últimos meses. A situação se agravou quando policiais detiveram alguns alunos que fumavam maconha.

Depois de depredarem as instalações da reitoria, com direito a pichações, os estudantes presos alegam que foram algemados e maltratados pelos policiais militares, o que não corresponde à realidade, pois a operação foi filmada na íntegra.

No início da tarde desta terça-feira (8), o governo Geraldo Alckmin, ao comentar o episódio, disse que os alunos precisam de “aula de democracia”. “Alguns estudantes precisam ter aula de democracia, de respeito à decisão judicial, de respeito ao patrimônio público porque a população que paga impostos, população que é mais pobre, que mantém a USP, que é todinha dinheiro público… Não é possível depredar móveis, pichação, depredar prédio público feito com sacrifício da população desta que é a melhor universidade da América Latina”, declarou o governador.

Alckmin está coberto de razão quando afirma que ninguém está acima da lei. “A lei é para todos. Não é possível estabelecer que alguém esteja à margem da legislação. Não é tolerável, não é razoável esse tipo de procedimento de invadir prédio público, depredar prédio público, não cumprir ordem judicial. No passado, na época do período militar, a PM não ficava na universidade porque tinha aspecto político da repressão ao pensamento, da manifestação política. Hoje é totalmente diferente, já passou o período militar. Nós estamos no processo democrático. A presença da polícia é para garantir a integridade física e patrimonial de professores e funcionários, evitar assalto, latrocínio, roubo”, completou o tucano.

Cada um dá à própria vida o destino que quiser, mas é inaceitável que uma instituição de ensino, mantida com o suado dinheiro do contribuinte, seja transformada em território de exceção apenas porque um grupo de baderneiros deseja liberdade para consumir drogas.

A democracia só é boa e útil quando encarada com a devida e necessária responsabilidade, pois do contrário transforma-se em arma letal contra a própria sociedade. O episódio da madrugada desta terça-feira certamente será explorado politicamente, pois alguns dos alunos presos usavam camisetas com inscrições de partidos políticos de esquerda radical.

Não se trata de condenar o uso da maconha, assunto que deve ser discutido com doses extras de responsabilidade, mas é impossível concordar com um grupo de baderneiros que tenta transformar uma universidade em território livre e sem lei.

Quando um País que sonha em alcançar o chamado primeiro mundo se rende ao absurdo patrocinado por esses baderneiros, fica clara e evidente a tese defendida pelos jornalistas do ucho.info, que a onda de impunidade que grassa no Estado e foi turbinada com a chegada de Lula ao poder é o mais incontrolável de todos os cânceres da nação.

Resta torcer para que o governador Geraldo Alckmin e a Justiça paulista não se apequenem diante da pressão e muito menos esmoreçam no rastro da gazeta irresponsável desses baderneiros que transformam em fumaça o dinheiro dos impostos.