Dose extra de fôlego dado a Lupi tem explicação nas necessidades do PT nas próximas eleições

(Foto: Agência Estado)
Costura de bastidor – Políticos das mais diversas correntes ideológicas esperavam que a presidente Dilma Rousseff demitisse, nesta quinta-feira (1), o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, após recomendação unanime dos membros Comissão de Ética da Presidência da República. De acordo com o ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, que preside o colegiado, as explicações de Lupi sobre os escândalos na pasta não foram convincentes.

Dilma, que viajou para a Venezuela depois de receber em palácio a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, solicitou à Comissão de Ética informações sobre os motivos que embasaram a decisão de recomendar a exoneração do ministro Carlos Lupi.

Enquanto participa da reunião da Cúpula da América Latina e Caribe, Dilma terá à disposição um pouco mais de tempo para decidir sobre o futuro do pedetista Lupi, que insiste em não deixar o cargo. Membros da cúpula do PDT recomendaram a Lupi a imediata saída do ministério, sugestão que continua sendo rechaçada. O ministro do Trabalho pediu à presidente Dilma que pudesse se defender na Comissão de Ética.

O impasse sobre o destino que será dado a Carlos Lupi pode parecer estranho aos que não acompanham a fundo o cotidiano político nacional, mas sua permanência à frente da pasta passa obrigatoriamente pelas eleições de 2012 e 2014. No próximo ano, quando acontecem eleições municipais em todo o País, o Partido dos Trabalhadores conta com o apoio do PDT em algumas cidades importantes, principalmente na capital paulista, onde o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, conta com considerável base eleitoral. Em Curitiba, outra importante capital, o PT já selou um acordo na tentativa de garantir a eleição do agora pedetista Gustavo Fruet à prefeitura da cidade.

Mais adiante, em 2014, quando estarão em disputa os governos estaduais, o PT precisará do apoio pedetista no Paraná, por exemplo, pois a ministra-chefe da Casa Civil, a apagada Gleisi Hoffmann, é candidata ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo local. Composição política que terá a participação do ex-senador Osmar Dias, do PDT, atualmente lotado em uma diretoria do Banco do Brasil.