Boca no trombone – Cobranças indevidas, informações sonegadas, ofertas descumpridas, campanhas publicitárias que induzem o consumidor ao erro. Eis o cenário que levou bancos e operadoras de telecomunicações a liderarem o ranking de reclamações feitas pelos brasileiros e registradas pelos Procons estaduais, em 2011.
No total, o sistema de proteção e defesa do consumidor registrou, no ano que terminou recentemente, nada menos que 1,6 milhão de atendimentos, sendo que desses 1,5 milhão associados às relações de consumo.
Os dados consolidados pelo Ministério da Justiça mostram que as empresas de telefonia celular, telefonia fixa, TV por assinatura e internet, além de lojas de celulares, foram alvo de 352.309 reclamações, ou seja, 22,9% do total. Logo atrás aparece o setor financeiro – inclusos os cartões de crédito – com 311.765, o que representa 20,2% das reclamações.
A lista das dez empresas que lideraram as reclamações em 2011, divulgada pelo Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), foi puxada pelo Itaú-Unibanco, com 81.946 queixas. Também figuraram na lista o Bradesco (45.852), o Santander (21.785) e o Banco do Brasil (19.098). As quatro operadoras de telefonia móvel do país apareceram entre as seis companhias com mais reclamações. A Oi liderou com 80.894 queixas. Em seguida aparecem a Claro/Embratel (70.150), TIM/Intelig (27.102) e Vivo (21.785).
Os problemas de cobrança foram os que mais irritaram os brasileiros em 2011, com 35,46% das queixas, segundo o levantamento coordenado pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC).
“O mercado financeiro lidera as queixas de descumprimento à lei. Um prestador de serviços, por lei, deve oferecer proteção à saúde e à segurança do cliente”, reclamou o diretor do Procon-DF, Oswaldo Morais.
Tarifas
Como era de se esperar, os bancos se defenderam. O Bradesco, por exemplo, disse que tem como objetivo permanente reduzir os índices de reclamações. O Santander informou que, em 2011, “trabalhou fortemente para o cumprimento de metas firmadas com DPDC” e que “já há sinais que avançamos em relação ao tema”. O Banco do Brasil alegou que, desde 2009, vem implementando um programa para melhorar a prestação do serviço aos clientes.
Para piorar a situação dos bancos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) reclamou do preço das tarifas bancárias. “Somente os cinco maiores bancos que operam no país — Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander — arrecadaram R$ 53,9 bilhões com receitas de tarifas e prestação de serviços nos primeiros nove meses de 2011, um crescimento médio de 13,52% em comparação com o mesmo período de 2010”, divulgou a entidade.
Comércio eletrônico
Outro setor que ganhou destaque na lista de reclamações dos consumidores foi o de comércio eletrônico. A B2W Companhia Global do Varejo, que abriga sob o mesmo guarda-chuva empresarial Shop Time, Submarino.com, Americanas.com, aparece na lista com 21.554 reclamações. (Com informações da Agência Congresso)
Confira abaixo a lista dos líderes de reclamações em todo o País
Itaú-Unibanco – 81.946
Oi – 80.894
Claro/Embratel – 70.150
Bradesco – 45.852
Tim/Intelig – 27.102
Vivo – 21.785
Santander – 21.785
BW2 (Shop Time, Submarino, Americanas) – 21.554
Banco do Brasil – 19.098
Ponto Frio – 17.293
