Prova de fogo – Na última segunda-feira (16), o ministro Antonio Patriota, das Relações Exteriores, iniciou os preparativos para a visita oficial que a presidente Dilma Vana Rousseff fará a Cuba no final do mês. Patriota reuniu-se com os vice-presidentes Marino Murillo, encarregado da “implementação” das mais de 300 reformas propostas pelo presidente Raúl Castro, e com Ricardo Cabrisas, que cuida da área comercial.
Acontece que a visita de Dilma acontecerá em um momento difícil para o governo da ilha caribenha, que continua ignorando os direitos humanos, como se o truculento modelo político cubano fosse o mais eficiente do planeta. Na quinta-feira, morreu o dissidente cubano Wilman Villar Mendoza, em decorrência de problemas de saúde causados por 56 dias de greve de fome na prisão. De acordo com os oposicionistas, Mendoza morreu por conta dos maus tratos por parte do governo.
Villar Mendoza iniciou a greve de fome após ser preso, em novembro passado, quando foi julgado e condenado a quatro anos de prisão por crimes como desobediência, resistência e delitos contra o Estado,informou Elizardo Sánchez, dirigente do grupo Comissão Cubana pelos Direitos Humanos.
Dirigente da ilegal Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, Sánchez disse que Willar estava em “estado crítico” e passou vários dias em uma sala de cuidados intensivos do Hospital Clínico Cirúrgico de Santiago de Cuba, a 900 quilômetros a sudeste de da capital Havana. “Ele foi transferido ao hospital depois de cerca de 50 dias em greve de fome”, disse o ativista.
“A comissão considera que toda a responsabilidade moral, política e jurídica em relação à morte de Wilman recai no governo de Cuba, já que ele se encontrava sob a custódia das autoridades”, acrescentou Sánchez, ao ressaltar que se tratava de uma “morte evitável”, completou Sánchez.
Wilmar Villar Mendoza é o segundo preso político que falece por causa de greve de fome em menos de um ano. Em fevereiro de 2010, morreu, em um hospital de Havana, Orlando Zapata Tamayo. Considerado “prisioneiro de consciência” pela organização de direitos humanos Anistia Internacional, Zapata Tamayo morreu aos 42 anos, após 85 dias de greve de fome.
A ativista Berta Soler, porta-voz das Damas de Blanco, que reúne parentes de dissidentes, culpou o governo cubano pelo “assassinato” de Mendoza.
No último domingo (15), o jornalista Guillermo Fariñas foi preso novamente, após protesto pela libertação de outros dissidentes cubanos. De acordo com a blogueira Yoani Sánchez, o jornalista cubano está sem tomar água. Preso em outras ocasiões, Guillermo Fariñas fez 24 greves de fome em solidariedade a outros ativistas presos, sendo que uma delas durou quatro meses.
Como se sabe, a presidente Dilma Rousseff reza pela cartilha do sanguinário Fidel Castro, o que a impede de tratar do assunto com o colega cubano, Raúl Castro, irmão do lendário ditador. No caso de optar pelo silêncio obsequioso, Dilma estará mostrando ao mundo a sua verdadeira face.
Em fevereiro de 2010, quando visitou os covardes irmãos Castro, em Havana, o então presidente Luiz Inácio da Silva, sempre obediente e genuflexo às ordens do líder esquerdista, não comentou a morte de Zapata Tamayo, ocorrida dias antes de sua chegada à ilha. Questionado sobre o fato, Lula preferiu dizer que não interfere em assuntos internos de outros países.