Que fique claro – Quem ouve e lê as declarações de Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, sobre a reintegração de posse em São José dos Campos, no interior paulista, chega a pensar que os palacianos estão condoídos com a situação dos moradores que por decisão da Justiça tiveram de sair da área conhecida como Pinheirinho. Ao criticar a ação da Polícia Militar, que fez valer uma decisão judicial ratificada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Carvalho disse que a cidade do Vale do Paraíba foi tomada por uma “praça de guerra”.
As declarações do secretário da Presidência nada mais são do que oportunismo eleitoral, pois aos petistas interessa estocar ao máximo os adversários, a começar pelos filiados ao PSDB, como é o caso do prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury.
Não se trata de defender a ação policial na íntegra, mas de mostrar aos leitores que essa repentina preocupação do petista Gilberto Carvalho e alguns companheiros de legenda não se fez presente por ocasião das recentes tragédias provocadas pelas chuvas no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, estados que contabilizaram dezenas de mortos e desaparecidos por causa de inundações e desmoronamentos, algo que poderia ser evitado se o Palácio do Planalto se preocupasse com a gazeta oficial.
Para piorar a situação, assessores próximos à presidente Dilma Vana Rousseff evitam comentar o fato de o ministro Fernando Bezerra (PSB), da Integração Nacional, ter direcionado ao estado de Pernambuco quase 90% das verbas federais para o combate a enchentes, o que deixou diversos estados brasileiros à deriva sob as águas celestiais.
Outro ponto que merece destaque nesse cenário de tragédia é que o atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, foi prefeito de Belo Horizonte, uma das cidades mais atingidas nessa temporada de chuva, algo que se tem conhecimento desde 1500. Ano que Pedro Álvares Cabral aportou na outrora Terra de Vera Cruz.