Governo paulista continua perdendo a guerra para os bandidos, cada vez mais preparados e ousados

Fim do caminho – Há dias, o tucano Geraldo Alckmin, governador do mais rico e importante estado da federação, aterrissou em alguns veículos de comunicação para falar sobre a situação da segurança pública na terra dos paulistas. De fala pausada, como sempre, e embasado por números estatísticos, Alckmin destacou a redução do número de homicídios e de latrocínios (roubo seguido de morte). Se contra fatos não há argumentos, segundo diz a sabedoria popular, essa tese vale para interpretações de ida e de volta.

Em seus discursos, Geraldo Alckmin salientou que em outros segmentos ainda há o que fazer, mas a população não pode esperar uma ação do Estado enquanto os marginais agem deliberadamente. Em 2011, a cada hora nove carros foram roubados na capital paulista. O número de carros roubados por hora salta para 21 quando a estatística tem como base o estado de São Paulo.

Outro assunto que tem preocupado é a escalada do número de sequestros. Em 2011, aconteceram 71 sequestros em todo o estado, sendo que 34 ocorreram na capital, 20 na Grande São Paulo e 17 no interior. Em outras palavras, o ano passado registrou uma média de seis sequestros a cada mês ou, então, um a cada cinco dias.

Também tem crescido o número de invasões a condomínios residenciais, prédios comerciais e lojas. Em relação aos assaltos às residências, as autoridades da segurança pública recomendam aos moradores que antes de chegarem às suas casas acionem os vizinhos, como forma de intimidar os ladrões. Resumindo, o Estado quer empurrar ao contribuinte, que paga pesados impostos e nada tem em troca, a responsabilidade que lhe cabe, a de proporcionar segurança ao cidadão.

Arrastões

Há dias, bandidos que integram a chamada “gangue da marcha à ré” derrubaram a porta de uma famosa e badalada loja de bolsas e surrupiaram todo o estoque. A ação aconteceu na madrugada do último sábado (4) em movimentada avenida da Zona Sul da capital dos paulistas. Quando a polícia chegou ao local do crime, os bandidos já haviam fugido com 50 bolsas e 150 pares de sapato. Depois de derrubarem a porta de aço, os meliantes estilhaçaram a porta de vidro temperado com o uso de um reles estilingue.

Na madrugada de segunda-feira (6), bandidos invadiram um prédio de salas comerciais no bairro de Jabaquara, também na Zona Sul da cidade de São Paulo, onde promoveram um verdadeiro arrastão. A ação criminosa começou às 23h de domingo (5) e só terminou por volta das 4h30 de segunda. No período em que permaneceu no edifício, a quadrilha arrombou 42 das 120 salas comerciais existentes no local, que fica a 300 metros de uma base da Polícia Militar. Formado por onze pessoas, o grupo chegou ao prédio em três veículos (dois carros e uma perua Kombi). Como sempre acontece, nenhum dos criminosos foi preso.

Devolução do IPVA

Se as vítimas desses arrastões, que proliferam por várias cidades paulistas, não têm como cobrar do Estado o ressarcimento dos prejuízos, o que deveria ocorrer de forma natural, no caso de veículos roubados ou furtados o proprietário pode exigir a devolução proporcional do valor do IPVA.

De iniciativa do ucho.info, a devolução proporcional do IPVA resultou de longa discussão em termos legais, que acabou irritando algumas autoridades do governo paulista, que à época procuraram o editor para reclamar da nossa proposta. Trata-se de um direito do cidadão que foi prejudicado pelo Estado e não há o que contestar. Fato é que muitos desconhecem os seus direitos e deixam de cobrar aquilo que lhes é devido.