Corrupção não entrou – Considerada a maior festa popular do planeta, o Carnaval brasileiro abriu espaço para a política, o que mostra que a criatividade de seus operadores está rareando. Na madrugada do último domingo (19), a escola de samba Gaviões da Fiel, ligada ao Sport Corinthians Paulista, entrou no sambódromo paulistano a bordo de enredo que contou a história de Luiz Inácio da Silva, o ex-presidente Lula.
Conselheiro vitalício do Corinthians, Lula não participou do desfile por ordem médica, em função do tratamento contra um câncer na laringe a que se submete o ex-metalúrgico. Mesmo longe da passarela do samba da maior cidade brasileira, Lula acompanhou pela televisão a participação da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que desfilou em carro alegórico ao lado de Andrés Sanchez, cartola corintiano que agora está no comando da diretoria de seleções da CBF.
Se por um lado o enredo da Gaviões da Fiel empolgou o público nas arquibancadas do sambódromo do Anhembi, por outro traiu a história recente do País ao não mencionar o “Mensalão do PT”, escândalo de corrupção que teve a anuência do então presidente Lula e que por meio de mesadas regulares comprou o apoio de parlamentares no Congresso Nacional. Fora isso, a escola de samba dos torcedores do Corinthians não levou para a avenida o retorno da inflação, o endividamento recorde das famílias brasileiras, a disparada da inadimplência e a desqualificação da mão de obra nacional.