Pé no freio – Deputada federal pelo PPS de Santa Catarina, Carmen Zanotto garantiu que o partido lutará para proibir a venda de bebidas alcoólicas durante os jogos da Copa de 2014. A declaração foi feita, na terça-feira (28), após a aprovação do parecer do relator da Lei Geral da Copa que autoriza a comercialização da substância. A comissão que discute o tema se reunirá novamente, nesta quarta-feira (29), para votar 10 destaques apresentados por parlamentares, entre eles o do PPS, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Para Zanotto, a liberação representa um retrocesso à legislação brasileira, aos debates que ocorrem no Congresso Nacional, além de afrontar o Estatuto do Torcedor.
A parlamentar classificou como incoerente a venda de alcoólicos durante o campeonato. Segundo Carmen Zanotto, a autorização se deve unicamente a questões financeiras envolvendo a Federação Internacional de Futebol (FIFA) e um de seus principais patrocinadores, responsável pela fabricação da cerveja Budweiser. Ela lembrou que, em períodos anteriores, a própria Federação foi contrária a comercialização e ao consumo dentro dos estádios.
Zanotto criticou o lema “Por um mundo sem armas, sem drogas, sem violência e com trabalho decente” proposto pelo relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP). “Essa proposta do relator é no mínimo hipócrita, pois sabemos que o consumo de alcoólicos leva a tudo isso que ele quer evitar”, disse.
De acordo com a deputada, a liberação representará um retrocesso ao Estatuto do Torcedor que foi aceito pela sociedade e por todos os seus representantes. Ela lembrou que a medida permitiu a redução significativa da violência dentro dos campos de futebol.
Zanotto fez um apelo aos parlamentares ao dizer que o Congresso Nacional possui um debate avançado sobre os malefícios causados pela substância. “Pode em certos eventos e não pode em outros. Que tipo de resposta daremos aos brasileiros? Criamos uma cultura positiva, com muita dificuldade, que não pode ser rasgada, e sim preservada e ampliada. A única que lucrará com essa liberação será a FIFA”, afirmou.