Números não mentem – O ano de 2011 ainda não havia terminado quando a presidente Dilma Rousseff dirigiu-se aos brasileiros e falou em prosperidade e oportunidades. Perder a esperança é algo que o ser humano não deve fazer diante das dificuldades, mas não se pode ludibriar uma nação com discursos pouco verdadeiros. A crise econômica que chacoalha a União Europeia não passará ao largo do Brasil, como segurem os palacianos.
Para complicar o cenário que deve ficar ainda mais cinza, a resistência da inflação tem comprometido seriamente a economia nacional. Por mais que as autoridades econômicas adotem medidas paliativas, o País continuará refém da herança maldita deixada por Luiz Inácio da Silva. Se por um lado o mais temido fantasma da economia assusta sobremaneira, por outro a valorização do Real frente à moeda-norte americana provoca um efeito devastador.
O efeito dessa combinação é facilmente traduzido pela taxa de desemprego, que em janeiro atingiu 9,5%, contra os 9,1% registrados em dezembro passado, segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em sete regiões metropolitanas do País e divulgada nesta quarta-feira (29).
Em janeiro, havia em todo o território nacional 2,111 milhões de desempregados, número que cresceu por conta de 104 mil novos cidadãos sem um posto de trabalho. Em São Paulo, a taxa de desemprego subiu para 9,6% em janeiro, ante 9% em dezembro. A alta interrompe uma sequência de quatro quedas consecutivas. A taxa de janeiro em São Paulo é a menor da série histórica, que começou em 1991, para os meses de janeiro.
O nível de ocupação ficou praticamente estável, com acanhada alta de 0,1% nas sete regiões metropolitanas pesquisadas. Em fevereiro, que termina nesta quarta-feira, o total de ocupados nas regiões foi estimado em 20,167 milhões, para uma População Economicamente Ativa (PEA) de 22,167 milhões.
A taxa de desemprego apresentou recuo apena em Recife (recuo de 12,2%, em dezembro, para 11,9%, em janeiro) e Belo Horizonte (de 5,2% para 5,1%). Em alta ficaram Porto Alegre (de 6,4% para 6,5%), Distrito Federal (de 11% para 11,5%), Fortaleza (de 7,7% para 8,1%) e Salvador (de 14,1% para 15%).
Para justificar o discurso da presidente Dilma e dar suporte as declarações do ministro Guido Mantega, da Fazenda, que insiste na tese de crescimento econômico acima das expectativas, a massa de empregados e ocupados devem crescer de forma expressiva e sustentável, o que não acontece diante de um cenário econômico nada favorável.