Peso da caneta – Ex-assessor de José Dirceu de Oliveira e Silva, com quem dividiu apartamento em Brasília, Waldomiro Diniz, protagonista do primeiro escândalo da era Lula, foi condenado a doze anos de prisão por corrupção ativa e passiva e crime contra a lei de licitações. Divulgada nesta quinta-feira (1), a decisão foi da juíza Maria Tereza Donatti, 29ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Então subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Diniz foi acusado de recebimento de propinas do empresário da jogatina Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, na quarta-feira (29). Nas gravações divulgadas pela imprensa, Waldomiro e Cachoeira combinavam o pagamento de propinas.
Waldomiro Diniz ocupou a presidência da Loterj e foi procurado por Carlinhos Cachoeira, que queria entrar no mercado de jogos de azar no Rio de Janeiro. Em troca, o bicheiro concordou em pagar propinas que serviriam para abastecer o caixa de campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores.
O caso envolvendo Waldomiro Diniz puxou a fila de uma longa série de escândalos de corrupção, muitos dos quais Lula, sempre alegando desconhecimento, tratou de abafar. Exonerado logo após a divulgação das gravações, que recheavam um inquérito policial, Diniz viu seu superior imediato, José Dirceu, ser escorraçado do Palácio do Planalto meses depois, no vácuo do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como Mensalão do PT, esquema criminoso de compra de apoio parlamentar através de pagamento de mesadas.
Fosse Waldomiro Diniz um personagem ligado a qualquer partido da oposição, a essa altura os petistas já teriam patrocinado uma enorme e ruidosa grita. Diferentemente do que pregavam no passado, os chamados “companheiros” aderiram à corrupção como forma de se lambuzar nas benesses do poder.