Japão ainda sofre com o entulho deixado pelo desastre de Fukushima

CicloVivo –

Na próxima semana, a tragédia nuclear de Fukushima completará um ano. Mesmo após esforços das autoridades e da própria sociedade japonesa, os reflexos do acidente ainda são sentidos e vistos. Toneladas de entulho permanecem aglomeradas pelo país.

O Japão deu uma lição de organização, limpando ruas, reconstruindo estruturas danificadas pelo tsunami e oferecendo assistência à população, mas os resíduos permanecem sendo um incômodo. Todo o entulho retirado das ruas foi armazenado em campos de beisebol, pátios de escolas destruídas e outros espaços públicos, conforme informado pela BBC. Mesmo assim, apenas 5% das 23 milhões de toneladas de lixo foram processadas.

O processo mais comum no Japão é a incineração, devido à baixa quantidade de espaços disponíveis para aterros sanitários. Mesmo assim, as cidades afetadas não conseguem dar conta do manuseio de todo o lixo. Somente em Iwate, a quantidade de entulho resultante do acidente é o equivalente ao que a província produziria em 11 anos. Em Miyagi, a situação é ainda pior. O montante atual levaria 19 para ser acumulado.

A meta era de que todo esse montante fosse eliminado até 2014, porém as autoridades japonesas já concordam que esta será uma meta difícil de ser cumprida. A situação se torna ainda pior porque a maior parte das cidades que não foram afetadas pelo acidente nuclear se recusa a receber os dejetos, por medo de contaminação. Apenas duas cidades estão auxiliando a logística do lixo, Tóquio e Yamagata.

Para o cuidado com as famílias, o governo pretende destinar ainda R$ 5,3 bilhões. O montante seria gasto na reconstrução de prédios públicos, escolas, postos de saúde, portos e remoção das famílias. No dia 11, o país irá ter diversas cerimônias em homenagem às vítimas.