Escolta da PM para entrega de combustível em SP mostra o viés político do desabastecimento

Por trás da fumaça – A entrega de combustíveis foi retomada em São Paulo, mas a situação só será normalizada dentro de alguns dias. Na manhã desta quinta-feira (8), a reportagem do ucho.info percorreu alguns bairros da Zona Sul da capital paulista e verificou que a maioria dos postos estava sem combustível. Em apenas um estabelecimento era possível encontrar gasolina e etanol, pois conta com transporte próprio.

Por determinação do governador Geraldo Alckmin, a Polícia Militar tem atendido aos pedidos dos motoristas de caminhões-tanque, estendendo as escoltas ao trajeto de qualquer viagem de entrega de combustível. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, anunciou que manterá as novas regras de tráfego na Marginal Tietê, o que levou à paralisação dos “tanqueiros”.

Sem dúvida cabe ao Estado, como um todo, garantir a ordem e a segurança, mas não será por longo período que policiais militares atuaram como escoltas de entregadores de combustível. Os pedidos de proteção se devem ao fato de que alguns grevistas, ligados a sindicatos, usaram de violência contra os que decidiram manter a rotina de trabalho. O uso de violência, inclusive armada, e ataques aos caminhões motivaram a entrada da PM no processo.

O uso de violência contra os “tanqueiros”, como já noticiou o ucho.info, deixa cada vez mais evidente o viés político da paralisação. Os manifestantes, devidamente instruídos, decidiram pelo movimento como forma de comprometer politicamente Gilberto Kassab, que há dias interrompeu as negociações com o Partido dos Trabalhadores para apoiar José Serra, que decidiu disputar a prefeitura paulistana pelo PSD. Com isso, o petista Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, teve sua candidatura esvaziada.