Servidor do TRT-SP é flagrado pelo ucho.info usando computador do Judiciário para denegrir José Serra

Sem limites – Há quem diga que as redes sociais vieram para ficar e que são uma espécie de caminho sem volta. E não há razão para duvidar de tais afirmações. Sem tempo para se relacionar pessoalmente, o ser humano encontrou na rede mundial de computadores uma forma de compensar essa deficiência social.

Enquanto servem para facilitar o relacionamento interpessoal, não interferindo no desempenho profissional e na atividade profissional, as redes sociais devem ser consideradas como revolucionárias. Se antes o mundo perdera suas muralhas, agora é algo sem fronteiras. Porém, o uso das tais redes deve acontecer à sombra da responsabilidade. De nada adianta usar essas ferramentas cibernéticas para atacar de forma descontrolada um adversário, independentemente de qual seja a natureza da discórdia.

O que não se pode admitir é que em repartições públicas, onde os servidores e o sistema como um todo é financiado pelo suado dinheiro do contribuinte, as redes sociais sejam acessadas durante o horário de trabalho e para fins políticos. Que quiser fazer política utilizando as redes sociais que faça a partir de equipamentos próprios, não se valendo daqueles que são financiados pela sociedade, em tese heterogênea em termos de ideologia política.

Na quinta-feira (8), a reportagem do ucho.info flagrou um servidor da Justiça do Trabalho, em São Paulo, utilizando um computador do Judiciário para acessar sua conta n Facebook. Lotado na 28ª Vara da Justiça do Trabalho, na Zona Oeste da capital paulista, o tal servidor redistribui aos seus seguidores uma fotomontagem em que José Serra, pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, aparece caracterizado como o palhaço Tiririca, que em 2010 foi eleito deputado federal pelo Partido da República.

Não se trata de defender o pré-candidato tucano, mas de cobrar da Justiça responsabilidade e empenho por parte dos servidores durante o expediente, pois atitudes como a constatada pelo ucho.info não apenas desmoralizam o Poder Judiciário, que nos últimos tempos tem frequentado o vulcão da polêmica, mas também tornam a Justiça ainda mais morosa. A atividade política é prevista de forma clara na Constituição Federal, mas politicagem deve ser punida com rigor, principalmente se o agente da transgressão for um servidor público, que recebe regularmente para cumprir suas funções como tal, não para denegrir a imagem de uns e incensar a de outros.

Com a palavra, o desembargador Nelson Nazar, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região – São Paulo.