Medidas emergenciais para salvar a economia reforçam as falácias que marcaram a era Lula da Silva

Receita explosiva – Quando Luiz Inácio da Silva flanava em elevados índices de popularidade, o ucho.info, mesmo debaixo de críticas palacianas, afirmou que o então presidente venderão aos brasileiros e ao mundo uma bolha de virtuosismo que em algum momento estouraria, provocando estragos em todas as direções. De igual modo afirmamos que Lula mudaria para o outro lado da história dentro de no máximo duas décadas, por conta das inverdades aspergidas a partir do Palácio do Planalto, mas essa migração acabou acontecendo muito antes do que se imaginava.

Sem saber o que fazer diante dos efeitos da crise que chacoalha a União Europeia, a presidente Dilma Rousseff desembarcou dias atrás em Hannover, na Alemanha, onde, ao lado da chanceler Angela Merkel, criticou o que por conveniência classificou de tsunami cambial, referência à política monetária dos países desenvolvidos.

Falar em guerra cambial entre os países desenvolvidos e os emergentes é criar uma cortina de fumaça para esconder a pífia política econômica do País, que nos últimos nove anos vem vivendo de ações pontuais, sem que as autoridades tenham se preocupado nesse período com medidas de médio e longo prazo.

Há dias, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é tratado com desdém por analistas do mercado financeiro, anunciou uma nova medida para conter a desvalorização do dólar frente ao Real. A cobrança de IOF de 6%, que antes incidia sobre operações internacionais de crédito de até três anos, agora vale para os empréstimos de cinco anos. A reação imediata dessa medida foi uma valorização da moeda norte-americana, cuja alta também se deve aos bons números da economia dos Estados Unidos. Ou seja, o dólar está se tornando forte por conta dos resultados econômicos de seu país de origem.

Dificultar a contratação de empréstimos no exterior em nada ajuda a economia brasileira, pois na verdade a medida tornará mais complexa a situação, uma vez que as empresas nacionais recorrem a empréstimos no exterior para financiar a produção. Essa cobrança de pedágio que representa a extensão da cobrança de IOF sobre as operações de crédito internacionais obrigará as empresas brasileiras a buscarem financiamento no mercado bancário interno. O que significa que o Palácio do Planalto está mais uma vez ajudando os banqueiros e contribuindo para a inflação da produção.

Até agora, o dólar baixo serviu como importante ferramenta para o governo federal manter sob controle a inflação. A valorização do dólar e a redução da Taxa básica de Juro (Selic) servirão para turbinar a inflação, uma vez que Dilma e seus assessores apostam no consumo interno como forma de minimizar as consequências da crise europeia. Com o chamado custo Brasil nas alturas e um eventual aquecimento da demanda, o que deve ocorrer por maio do crédito fácil, o endividamento das famílias brasileiras tende a disparar mais uma vez, repetindo o movimento de 2009 e 2010.

Quando a União Europeia começou a balançar diante da propagação da crise, o ministro Guido Mantega e a presidente Dilma garantiram com todas as letras que o Brasil passaria ao largo desse maremoto econômico, como se o País fosse um porto seguro comandado por um punhado de gênios. Acontece que o messianismo que grassa no Partido dos Trabalhadores levará o Brasil a perder o esforço de vinte anos de seus cidadãos, que se submeteram a dias difíceis para debelar a inflação e ter dias melhores.

Em um país que é conhecido como a terra da piada pronta, as autoridades econômicas apelam a um cipoal de dificuldades para conter a entrada de produtos de produtos estrangeiros, em especial os chineses. Mas é bom lembrar que Lula, em um dos seus pretéritos e descabidos discursos, disse que a China era uma economia de mercado.

Em um país minimamente sério e com doses exíguas de responsabilidade, Guido Mantega já estaria demitido e Lula se contentaria com a doce e nababesca aposentadoria de um ex-presidente.