Cobrado pelo PT, inquérito da Procuradoria da República é chance para Demóstenes se defender

Veneno caseiro – Senador pelo Democratas de Goiás, Demóstenes Torres tem negado as acusações de envolvimento com o empresário da jogatina Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mas os partidos que integram a base aliada anunciaram que cobrarão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a abertura de inquérito para investigar o parlamentar oposicionista.

Demóstenes declarou que nada fez para desonrar o Senado e o seu partido, mas não é assim que pensa o líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), que anunciou que enviará representação ao Ministério Público exigindo que sejam denunciados os parlamentares flagrados na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal: Demóstenes Torres (DEM), Carlos Alberto Leréia (PSDB), Jovair Arantes (PTB), Rubens Otoni (PT) e Sandes Júnior (PP).

“Se não houver resposta, vamos representar contra o procurador. Ele precisa cumprir a parte dele”, declarou Walter Pinheiro, que aguarda uma reunião com representantes do PTB e do PSB para finalizar o documento que será enviado à Procuradoria- Geral da República.

Exigir coerência da classe política é a mais desafiadora das tarefas imposta ao cidadão comum, mas é preciso que o Democratas, como adversário do Palácio do Planalto, permita que Roberto Gurgel aja da mesma forma que os oposicionistas esperam quando um situacionista está na alça de mira. Há muito sem reagir por falta de empenho e condições, a oposição deve dar mostras de que o discurso de seus integrantes vale em todas as direções, sem privilegiar um ou outro. É a velha teoria do “pau que bate em Chico, bate em Francisco”.

É verdade que o Palácio do Planalto utilizará tal fato para tentar esvaziar a crise política, mas uma investigação deflagrada pelo MP servirá para que os acusados consigam, na eventualidade, provar inocência. Do contrário, os flagrados pela PF carregaram o carimbo da culpa.