Democratas se reunirá na próxima semana para decidir o que fazer com o enrolado Demóstenes Torres

A sorte está lançada – O futuro político do senador Demóstenes Torres (GO), acusado de envolvimento com o empresário e dublê de contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, começará a ser definido na próxima semana. Na terça-feira (3), a Executiva Nacional do Democratas (DEM), partido ao qual é filiado o senador goiano, marcou reunião para decidir sobre a abertura de processo de investigação interna que pode culminar com a expulsão.

De acordo com a assessoria, Demóstenes já recebeu da Procuradoria-Geral da República (PGR) os autos com os dados das investigações que apontam seu envolvimento com Cachoeira. Se o DEM decidir abrir um processo contra o senador, será designado um relator para o caso e definido prazo de menos de um mês para a defesa.

Informações veiculadas por órgãos de imprensa dão conta que Demóstenes mantinha ligações estreitas com Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por exploração de jogos ilegais em Goiás. A suspeita é que o senador repassava informações privilegiadas na área de segurança pública ao empresário, com, que de acordo com as investigações, mantinha negócios. O senador, que não negou a amizade com Cachoeira, de quem recebeu de presente de casamento um fogão e uma geladeira importados, avaliados em R$ 30 mil.

Depois das denúncias, Demóstenes se licenciou da liderança do Democratas no Senado Federal, alegando que precisa de mais tempo para se dedicar à própria defesa. O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), assumiu a liderança da legenda na Casa.

Em 2009, o Democratas enfrentou semelhante com as graves denúncias envolvendo o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que para evitar a expulsão acabou deixando o partido.

Agripino Maia disse, há dias, que a legenda não terá problema algum para expulsar Demóstenes se ficarem comprovadas as denúncias feitas a partir das provas colhidas pela Polícia Federal. “Um partido com a história do Democratas, que já fez o que já fez, chegando a expulsão de um governador [José Arruda, do DF] tem moral para dizer que vai fazer o que outros partidos não fizeram […] O partido já esteve em circunstância preocupante, e teve um posicionamento claríssimo, e não vai hesitar em nenhum momento em repetir a dose [expulsão] se as evidências se mostrarem iguais”, disse o potiguar Agripino.

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