Incoerência conhecida – Quando algo de errado acontece na seara do Partido dos Trabalhadores, a culpa ou é da imprensa ou é das chamadas elites (castas sociais e dominantes das quais os petistas integram há pelo menos uma década).
Deputado estadual pelo PT gaúcho, Alexandre Lindenmeyer votou contra o projeto de lei que concedia aumento aos professores do estado, matéria que foi derrotada por 29 votos a zero, pois a base aliada cumpriu ordens do governador Tarso Genro e os partidos de oposição se retiraram do plenário durante a votação na Assembleia Legislativa. Acontece que o mesmo Lindenmeyer, em seu escritório de advocacia, defende os interesses dos professores e incentiva os integrantes do magistério gaúcho a ingressarem com ações na Justiça contra o governo estadual, conforme noticiou o ucho.info em edição anterior.
Por conta desse comportamento dúbio, a OAB do Rio Grande do Sul abriu processo ético-disciplinar contra o escritório do qual é sócio o deputado Alexandre Lindenmeyer. Como tudo nos bastidores petistas é resultado de operações orquestradas, na quarta-feira (28) o deputado estadual Raul Pont (PT), saiu em defesa do “companheiro” Lindenmeyer e em plenário manifestou solidariedade ao colega “em nome da bancada e do partido”.
De acordo com o gazeteiro Pont, a culpa é da imprensa, que foi classificada pelo petista como “verdadeiros inimigos da verdade”. Cobrar coerência da classe política é a mais difícil de todas as tarefas, quem sabe não ultrapasse com folga os limites do impossível. A exemplo de tantos integrantes do PT, Raul Pont, enquanto membro da oposição, sempre atacou os governantes, muitas vezes baseado em informações da imprensa, que ora ele próprio desqualifica.
O comportamento de Raul Pont, assim como de outros tantos esquerdistas, explica a tentativa do PT de regular os meios de comunicação, como se o Brasil estivesse em plena ditadura. Para esses “doutos” representantes dos trabalhadores a boa imprensa é aquela que se posta genuflexa diante dos interesses absurdos de um grupelho que acredita ser herdeiro da genialidade de Aladim, aquele da lâmpada maravilhosa. Correto estava Lula quando, mesmo sem saber do viés profético de sua zombeteira declaração, lançou o jargão “nunca antes na história deste país”.