Relâmpago e fora da agenda, visita do governador Beto Richa à ministra Gleisi Hoffmann causou estranheza

Tem fumaça – No universo da política nacional a semana se despede com um episódio no mínimo estranho. Na última quarta-feira (28), o governador do Paraná, Carlos Alberto Richa (PSDB), conhecido como Beto Richa, aterrissou em Brasília para um encontro misterioso, se considerado o fato que os participantes não tinham tal compromisso registrado em suas respectivas agendas.

Acompanhado do ex-deputado federal Ricardo Barros (PP), atual secretário de Indústria e Comércio do Paraná, o tucano Richa rumou para o palácio do Planalto tão logo chegou na capital federal. Na sede do Executivo a dupla reuniu-se com ninguém menos que a petista Gleisi Hoffmann, senadora licenciada e ministra-chefe da Casa Civil. A exemplo de Richa e Barros, a ministra também tinha o encontro grafado em sua agenda oficial.

É verdade que o poder tem seus mistérios, mas um ministro de Estado, que coincidentemente estava no Palácio do Planalto no mesmo momento, revelou ao ucho.info que estranhou a presença da dupla na antessala do gabinete de Gleisi Hoffmann.

Como se sabe, no Paraná, assim como em todos os rincões verde-louros, tucanos e petistas são inimigos figadais. De igual modo é de conhecimento público que entre os planos políticos da petista Gleisi está a cadeira que Beto Richa ocupa no Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense. Por outro lado, a chefe da Casa Civil pode abrir mão do sonho de governar o Paraná se enxergar a possibilidade de concorrer, em 2018, ao atual posto de Dilma Rousseff.

Deixando de lado a Praça dos Três Poderes e circulando pela Esplanada dos Ministérios, há quem garanta que a reunião do trio – Richa, Gleisi e Barros – deixou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo da Silva, com doses de preocupação. Petista e paranaense, Paulo Bernardo é casado com Gleisi e também não sabia da misteriosa reunião.

Fato é que um encontro dessa natureza, de última hora e sem constar das agendas oficiais, tem tudo para ser considerado estranho. Especialmente porque no Palácio do Planalto, diz a lógica, são tratados assuntos republicanos. E tudo o que se refere ao Estado deve ter transparência. Afinal, o Brasil ainda é uma democracia. Sendo assim, ao menos um dos participantes precisa revelar o motivo e o teor da reunião.