Outro envolvido – Deputado federal por um dos partidos da oposição, o PPS, Stepan Nercessian (RJ) terá uma semana para explicar à Comissão de Ética da legenda o recebimento de R$ 175 mil em sua conta bancária, dinheiro depositado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O PPS informou neste sábado (31), por meio de nota enviada à imprensa, que quer explicações formais sobre o episódio. Em virtude da repercussão do caso, Nercessian solicitou o seu afastamento de todos os cargos ocupados no Partido Popular Socialista.
Detalhes do caso
Stepan Nercessian afirmou que do valor depositado em sua conta, parte (R$ 160 mil) refere-se a um empréstimo tomado junto a Cachoeira para complementar a compra de um apartamento de pouco mais de R$ 500 mil, no Rio de Janeiro. Os outros R$ 15 mil foram usados na compra de ingressos do desfile do Carnaval carioca para Carlinhos Cachoeira.
O parlamentar explicou que temia que um empréstimo solicitado ao banco demorasse a sair e por isso recorreu a Cachoeira, que conhece há muitos anos, pois ambos são de Goiás. Nercessian disse também que o empréstimo bancário foi liberado e que o dinheiro (R$ 160 mil) foi devolvido a Cachoeira, conforme comprova o extrato de sua conta corrente.
Stepan Nercessian afirmou que pode se licenciar do cargo enquanto durarem as investigações, pois entende que o PPS não pode ser envolvido no assunto.
Carlinhos Cachoeira também é o pivô de um escândalo, de dimensões muito maiores, envolvendo o senador Demóstenes Torres (GO), até então uma das vozes mais críticas da oposição e que está a um passo de ser expulso do Democratas, caso não consiga explicar de forma convincente sua relação com o bicheiro. Atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, abriu inquérito para investigar Demóstenes Torres, cujo sigilo bancário será quebrado em período de dois anos.