Flagrado em telefonema suspeito, secretário de Indústria e Comércio do PR, Ricardo Barros, é investigado

Boca na botija – Certa feita, um dos mais ricos parlamentares brasileiros, em conversa com o ucho.info, afirmou que invejava o poder de articulação do então deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). “Ele é um avião”, disse o nosso entrevistado sob a promessa de que seu nome não seria vinculado a tal declaração, dada em um hotel vizinho ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

Candidato derrotado ao Senado Federal e atualmente à frente da Secretaria de Indústria e Comércio do Paraná, Ricardo Barros é alvo de investigação do Tribunal de Justiça, por causa de suposto direcionamento de licitação em Maringá, próspero município do interior do Paraná que é comandado por seu irmão, o prefeito Silvio Barros, também filiado ao Partido Progressista.

A pedido do Ministério Público do Paraná e com autorização judicial, Ricardo Barros teve as conversas monitoradas e foi flagrado em telefonema no qual tratava do mencionado processo licitatório com o secretário de Saneamento Básico de Maringá, Leopoldo Fiewski. Na conversa, Barros e Fiewski discorrem sobre a usina de incineração de lixo, cujo orçamento previsto inicialmente é de R$ 310 milhões.

No último dia 22 de março, de acordo com o site Vanguarda Política, o Ministério Público recomendou ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a não concessão do licenciamento da usina por falta de preocupação do poder público em relação aos danos ambientais que podem ser causados pelo empreendimento.

Desde dezembro de 2011 no Tribunal de Justiça, o processo tem como relator o desembargador Lídio José de Macedo, que tomou como base a interceptação telefônica para orientar a regularização do procedimento.

Em nota divulgada por sua assessoria, o agora mudo Ricardo Barros disse: “Estou tranqüilo com a investigação. É mais uma denúncia sem fundamento que nasce de práticas nada convencionais do Ministério Público de Maringá. Estou confiante e provarei a minha correção como homem público, assim como fiz em todas as outras denúncias”.

Se o governador Beto Richa (PSDB) não afastar Ricardo Barros, mesmo que temporariamente, essa fatura política será cobrada mais adiante nas urnas eleitorais. Certo estava aquele parlamentar que, em 2005, se referiu a Ricardo Barros como “avião”. Acontece que agora um pouso forçado é mais do que necessário.