Cortina de fumaça – O Brasil continua sem digerir a declaração de Jérôme Valcke, errada na forma e precisa no conteúdo, de que o País precisa de um “chute no traseiro” para acelerar o ritmo das obras da Copa do Mundo. Secretário-geral da FIFA, Valcke teve o nome vetado por senadores para participar da audiência pública marcada para o próximo dia 11 de abril e que discutirá assuntos relacionados ao Mundial de 2014.
Os integrantes da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado rejeitaram a proposta da FIFA de Jérôme Valcke substituir o presidente da entidade, Joseph Blatter. Os senadores preferiram postergar a audiência a receber o secretário da entidade máxima do futebol mundial.
“Os nossos convites têm endereço certo. Não levamos em consideração outra pessoa. Quando convidamos um ministro, não queremos ouvir o ascensorista do prédio”, disse o presidente da comissão, senador Roberto Requião (PMDB-PR). É importante destacar que Requião não tem moral para tratar do assunto dessa forma, pois enquanto governador do Paraná nomeou metade da família para cargos oficiais. E os parentes falavam em nome do governador. Ou seja, no caso do veto ao nome Valcke é o roto falando do rasgado.
Já o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), reforçou a intenção do Senado de ouvir Joseph Blatter. “O senhor Valcke não está convidado pelo Senado, muito menos pela comissão, para falar em nome da FIFA. Queremos ouvir o Blatter”, disse peemedebista do Amazonas.
O jogo de cena dos senadores acontece no dia em que foi divulgado um balanço das obras dos estádios da Copa do Mundo. De acordo com o levantamento, a 800 dias da Copa, sete das doze arenas que receberão jogos da competição não completaram sequer metade das obras. O mais atrasado é o Estádio José Pinheiro Borda, o Gigante da Beira-Rio, em Porto Alegre, que até apenas 20% das obras concluídas.
Palco da final da Copa, o Estádio Mário Filho, o mundialmente famoso Maracanã, também preocupa, pois apenas 39% do cronograma das obras foram cumpridos. Escolhido para sediar a abertura do Mundial, o Itaquerão, nome provisório do estádio do Corinthians, também registra atrasos, com apenas 30% das obras concluídas.
Faz-se necessário lembrar que uma coisa é os senadores fazerem birra por causa da declaração de Jérôme Valcke, outra é insistir na tese de que o secretário da FIFA está errado. Até porque, números não mentem jamais.