O sertão vai virar mar – Pesquisadores ingleses encontraram água em um dos locais mais improváveis do mundo. Os aquíferos estão em algumas das áreas mais secas da África, incluindo o deserto do Saara.
A descoberta pode ajudar a amenizar os problemas gerados pela escassez de água. Os cientistas do Centro Britânico de Pesquisas Geológicas e da Universidade de Londres fizeram um mapeamento de todas as águas subterrâneas do continente africano. Segundo eles, os locais que armazenam o maior montante de água estão no norte, na Líbia, Argélia, Egito e Sudão.
A estimativa apontada pelo estudo, publicado na revista científica Environmental Research Letters, é de que existam aproximadamente 0,66 milhão de quilômetros cúbicos de água. No entanto, eles já alertaram que nem todas as reservas poderão ser acessadas. Por isso, a descoberta pode não ser a solução total para a África, mas já é uma alternativa para o desenvolvimento de novas estratégias.
Atualmente, existem 300 milhões de africanos sem acesso à água potável e somente 5% das terras que poderiam ser destinadas à agricultura conseguem ser irrigadas. A descoberta poderia auxiliar a evolução destes sistemas, mas o Dr. Stephen Foster, especialista em água subterrânea, adianta que será necessário fazer estudos detalhados sobre os locais em que seria viável fazer a perfuração.
“No norte da Nigéria, houve projetos de irrigação subterrânea que falharam por causa do aumento do custo de combustível, um fator importante nos custos de perfuração, e das dificuldades de distribuição”, explicou. Por estarem em profundidade superior a cem metros, as águas não podem ser bombeadas manualmente, exigindo equipamentos mais sofisticados e caros também. O processo ainda depende do fluxo de água do aquífero para ter sucesso.
Apesar de se mostrar feliz com a descoberta, o porta-voz do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Nick Nuttal, informou que é necessário direcionar os esforços para o abastecimento de água. “O fato é que já existe uma quantidade de água disponível para a África, mas ele raramente é coletado”. (Do CicloVivo com informações do Daily Mail)