Tudo combinado – A base governista chegou à CPI do Cachoeira devidamente instruída e com o discurso ensaiado. Com o objetivo de tumultuar as investigações sobre a teia de relacionamento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e manter a oposição no olho do furacão, os aliados ao Palácio do Planalto decidiram defender a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o que o transformaria em testemunha do caso e o impediria de oferecer denúncia contra os acusados de envolvimento no esquema criminoso de Cachoeira.
A incursão, principalmente dos petistas, tem o objetivo claro de não apenas evitar que as investigações alcancem companheiros e até mesmo o Palácio do Planalto, na pessoa do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, mas desqualificar o procurador-geral, que terá participação importante no julgamento do escândalo de corrupção que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”.
Esvaziar o julgamento do mensalão é o sonho maior dos envolvidos no maior escândalo de corrupção da história brasileira, mas a pressão popular sobre o Supremo Tribunal Federal tem minado as chances de inocentar aqueles que participaram do criminoso esquema de troca de apoio político no Congresso Nacional por mesadas regulares.
Se a opinião pública não pressionar os deputados e senadores que integram a CPI, o imbróglio envolvendo Carlinhos Cachoeira e a Delta Construções pode dar em nada.