Metralhadora giratória – Relator da ação que investiga o senador Demóstenes Torres (sem partido – GO) no Conselho de Ética, o petista Humberto Costa requereu nesta quinta-feira (3) a abertura de processo disciplinar que pode levar à cassação do parlamentar goiano, acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O Conselho deve analisar na próxima terça-feira (8) o pedido formulado por Costa, mas é quase certo que o processo será aberto e que Demóstenes será cassado. Não fosse a concomitância da CPI do Cachoeira, a chance de cassação do mandato do senador seria menor. Com a Comissão Parlamentar de Inquérito dando os primeiros passos, a perda do mandato já é considerada inevitável.
No caso de ser cassado, Demóstenes Torres poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal, sob a alegação de que as provas contra ele são ilegais, pois dependiam de autorização da Suprema Corte, o que não aconteceu.
Flagrado na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, Demóstenes certamente não cairá sozinho. O arsenal de gravações em poder da turma de Carlinhos Cachoeira é enorme e vem sendo vazada a conta-gotas. Na edição desta quinta, o jornal “Folha de S. Paulo” traz a transcrição de uma conversa entre Demóstenes e Cachoeira, cujo teor é preocupante, mas pode ser interpretado como um recado aos magistrados. Ao contraventor Demóstenes afirma que para nomear um ministro do STF o Palácio do Planalto teria feito duas exigências: a não aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 201º e a absolvição dos envolvidos no escândalo do Mensalão do PT.