Tudo pela causa – Um protesto reuniu mais de mil italianos em favor dos beagles que servem de teste para a empresa Green Hill. A multidão conseguiu invadir o criadouro e salvar 40 dos 2.500 cachorros mantidos na instituição.
A ação ocorreu no último sábado (28), após a sociedade italiana conseguir se organizar em favor dos animais indefesos. A Green Hill é um criadouro multinacional de animais para testes em laboratórios ao redor do mundo.
As pessoas saíram às ruas gritando e não pararam quando chegarem ao local onde estavam os cães. Os protestantes simplesmente ignoraram todos os avisos de propriedade privada e invadiram o local. Escalaram os lugares cercados e cortaram arames farpados.
Aos poucos eles conseguiram libertar alguns filhotes, fêmeas grávidas e cães maiores. Entre os manifestantes estavam ativistas e donas de casa que corriam com os animais no colo, enquanto a polícia tentava dispersar a multidão.
Os laboratórios que fazem testes com animais dão preferência aos beagles por eles terem porte pequeno e serem muito mansos, o que facilita o manuseio.
O resultado do protesto foi 40 beagles salvos e 12 pessoas presas. A respeito dessas pessoas que foram detidas a jornalista italiana Gloria Ciabattoni fala que nesta história, como sempre, quem perde são os mais fracos, no caso os cães e os seres humanos.
“Com protestos em dezenas de cidades, os ativistas querem enviar uma mensagem para o governo italiano: dizer não aos experimentos com animais”, afirmou a jornalista em seu blog Quotidiano. Segundo ela, as organizações não querem a empresa em seu país e solicitam a saída do proprietário.
A estimativa é de que mais de 2.500 beagles ainda estejam no criadouro da Green Hill, mas a luta dos ativistas não terminou. Já está marcado para o próximo dia oito de maio o Dia Mundial contra a Green Hill. A data escolhida antecede a análise de emendas na lei italiana sobre experimentos com animais, que ocorrerá na comissão do Senado no dia nove.
Foi criado um site contra a Green Hill, o Fermare Green Hill. O espaço divulga a causa e os italianos se organizam para que o protesto também seja feito em outros países. “Os ativistas terão de enfrentar as embaixadas italianas e consulados, para dar uma mensagem clara ao governo italiano e do Senado”, afirma os organizadores da manifestação, que não possuem qualquer vinculação com partidos políticos. (Do CicloVivo com informações do Vista-se e Quotidiano)