Manobras radicais – O que era esperado acabou acontecendo. Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro passado, não será o homem-bomba da CPI batizada com seu codinome e criada para investigar suas conexões nos meios político e empresarial. A informação é do advogado Márcio Thomaz Bastos, que esteve à frente do Ministério da Justiça na era Lula da Silva.
O eventual silêncio de Cachoeira, possivelmente negociado a peso de ouro, era aguardado com apreensão por integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores, que nos bastidores articulou para que a defesa do bicheiro ficasse com Thomaz Bastos, homem da confiança do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, incentivador da CPI e que dependendo da profundidade das investigações pode ser arrastado para o olho do furacão.
O adiamento do depoimento de Cachoeira à CPI foi uma operação orquestrada com a base aliada, que trabalha para preservar os aliados acusados de envolvimento com o contraventor goiano e insiste em transformar a Comissão em palco para desacreditar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Na tarde desta terça-feira (15), a CPI aprovou requerimento que prevê o envio de questionário com cinco perguntas para Gurgel, que terá de explicar por escrito as razões que o levaram a não solicitar a abertura de inquérito por ocasião da Operação Vegas. Em entrevistas, Gurgel disse que não havia indícios suficientes para a abertura de inquérito.