Estádios da Copa estão com as obras atrasadas e cumprir o cronograma exigirá derrame de dinheiro público

Confusão à vista – O orçamento inicial dos doze estádios que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014 foi de pouco mais de US$ 4 bilhões, mas a conta deve dobrar com muita facilidade. Uma das razões do estouro do orçamento é que muitas das obras já sofreram reajustes, o que permitirá aos envolvidos em obras onde há dinheiro público lucrarem à sombra do superfaturamento consentido. A outra é que o atraso no cronograma das obras exigirá a contratação de serviços complementares para que cumpra-se o combinado, sob pena de a Copa ser um fiasco monumental. E esse remendo emergencial no meio do caminho custa muito dinheiro.

Enquanto percorre o Brasil visitando os estádios em construção e se deixa fotografar em meio às obras, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirma que tudo sairá a contento. Em outro vértice está a FIFA, que acompanha à distância e de forma minuciosa a execução das obras. E não foi por acaso que o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, disse que o Brasil precisava de um “chute no traseiro” para acelerar o ritmo das obras para a Copa.

De acordo com relatório da FIFA, que considera crítico o estágio das obras, das doze arenas programadas para receber partidas do Mundial de futebol, a de Natal é a que está em situação preocupante. A Arena das Dunas, na capital potiguar, tem apenas 15% das obras concluídas e não está descartada a possibilidade de ser cortada do certame.

Quando a FIFA anunciou que o Brasil sediaria a Copa de 2014, o ucho.info afirmou que o País não tinha, como ainda não tem, condições para abrigar um evento de tamanhas proporções. À época, o então presidente Luiz Inácio da Silva, que nos acusou de torcer contra o Brasil, deixou evidente que o evento seria em boa parte privado. Considerando os fatos, o dinheiro público será despejado à vontade para que o governo brasileiro passe a maior vergonha da história.