Desfaçatez total – 31 de outubro de 2007, Zurique, Suíça. Instantes depois de o presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciar o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, o messiânico Luiz Inácio da Silva disse que o País realizaria o melhor Mundial de futebol de todos os tempos. Na sequência, em meio ao ufanismo que tomou conta dos incautos brasileiros, o ucho.info afirmou que o Brasil não tinha, como ainda não tem, condições para abrigar um evento esportivo de tamanha importância e magnitude. Não demorou muito para que palacianos, a mando de Lula, nos acusassem de torcer contra o Brasil, mas o nosso compromisso é com o País e com a verdade.
Entre as passadas promessas de Lula e a possibilidade de alguma delas se tornar realidade há uma monumental distância. Mesmo assim, nos três anos seguintes o então presidente abusou da retórica ao reforçar a promessa mentirosa de que o Brasil sairia exitoso como organizador da Copa. Como se sabe, muitas das obras para o Mundial estão vergonhosamente atrasadas, algumas estagnadas e outras ainda permanecem no papel.
Nesta quarta-feira (30) no Rio de Janeiro, durante a divulgação da tabela de jogos da Copa das Confederações, que acontecerá em 2013, secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, disse, com a anuência do ministro Aldo Rebelo (Esporte), que “talvez alguns projetos não sejam tão importantes para a Copa do Mundo”. Sem se lembrar da polêmica sugestão do “chute no traseiro”, Valcke completou: “Alguns podem ser entregues após a Copa. Na África do Sul foi assim. Alguns projetos podem esperar. Essa não é a preocupação da FIFA. O que precisamos, com certeza, são dos estádios. Precisamos também que os aeroportos funcionem, que as pessoas possam se locomover de uma cidade para outra. Mas não podemos pensar que um país mudará completamente em cinco, seis anos”. Ou seja, uma mudança radical do pensamento e do discurso.
Escolhido pela presidente Dilma Rousseff para substituir Orlando Silva Jr. (PCdoB-SP), que deixou o Ministério do Esporte sob o manto de um rumoroso escândalo de corrupção, o ministro Aldo Rebelo não externou qualquer manifestação de rubor facial, típico dos envergonhados, ao abusar de um discurso visguento que camufla a incompetência de um governo pirotécnico e mentiroso.
“Não são apenas obras para a Copa, são para o Brasil. Muitas delas já estavam planejadas muito antes de sabermos que o Brasil iria receber a Copa. Elas foram incluídas no pacote da Copa pelo fato de facilitarem para população local e para os turistas durante a competição. Nós já estamos trabalhando juntos com a presença de Luis Fernandes no COL. Temos absoluta confiança. Os propósitos são os mesmo. Temos de partilhar responsabilidades e desafios. Reunidos anteciparemos problemas, mas também anteciparemos soluções”, disse Rebelo.