Crise se agrava na Europa e gerente do FMI diz que euro precisa ser salvo em “menos de três meses”

Discursos antagônicos – Erram as autoridades brasileiras ao apostarem em medidas pontuais para solucionar os efeitos da crise econômica internacional que chacoalha a União Europeia há meses. Com a Espanha entrando no grupo dos desesperados, ao lado da Grécia, a economia na zona do euro volta a viver sob alerta máximo, pois a anunciada ajuda aos bancos espanhóis parece não ter convencido o mercado financeiro.

Em entrevista à CNN, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que é preciso salvar o euro “em menos de três meses”. Der acordo com a rede de televisão norte-americana, a declaração de Lagarde foi uma resposta à previsão do investidor George Soros, para quem a União Europeia tem três meses para salvar o euro. “A construção da zona do euro levou tempo, e é uma tarefa que está em construção neste momento”, disse a executiva do FMI.

Christine Lagarde preferiu não falar sobre a possibilidade de a Grécia deixar da zona do euro, uma vez que tal decisão depende do futuro político do país, que será decidido no próximo final de semana. Lagarde aproveitou a oportunidade para se desculpar pelas recentes declarações sobre a evasão fiscal no país que é historicamente conhecido como o berço da democracia. “Também acredito que o cumprimento das obrigações fiscais é um instrumento necessário para reinstaurar a situação de qualquer país, entre eles a Grécia”, afirmou.

O alastramento da crise europeia por outros países do bloco econômico preocupa sobremaneira, pois o mercado financeiro internacional tem reagido imediatamente a cada notícia sobre o tema. A Espanha é a terceira economia da União Europeia e precisará de ajuda financeira muito maior do que a anunciada recentemente. Por conta desse cenário, o governo brasileiro deve se preparar para dias nada sombrios, pois as linhas de financiamento na Europa serão mais difíceis e os europeus seguem a tendência de reduzir o consumo.