Conversa de Pinóquio – Sem ter como explicar seu apoio a Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura da capital paulista, o deputado federal Paulo Salim Maluf (PP-SP), que acredita ser possível enganar seus eleitores, disse que a aliança com o PT se deu por amor a São Paulo.
A primeira grande inverdade existente nessa declaração demagoga de Maluf está no fato de ele não ter qualquer dose de amor pela sexta maior cidade do planeta. Fosse verdadeira essa declaração, Paulo Maluf não estaria na lista dos procurados pela Interpol, alerta acionado pela Justiça norte-americana após acusar o ex-prefeito de lavagem de dinheiro, a partir do esquema de corrupção decorrente da construção superfaturada da Avenida Água Espraiada, na Zona Sul da capital dos paulistas.
A segunda ode à mitomania constante nessa declaração é que Maluf só declarou apoio a Fernando Haddad depois que conseguiu emplacar um de seus “apaniguados” no Ministério das Cidades. Ou seja, o escambo com o Palácio do Planalto foi fator determinante garantir seu apoio ao PT.
Essa debandada interessada de Maluf na direção do PT não é novidade alguma. Em 2004, quando perdeu a corrida ao trono paulistano ainda no primeiro turno, Paulo Maluf se aliou à então prefeita Marta Suplicy, que à época tentou a reeleição e perdeu a disputa para o tucano José Serra.
Na ocasião, a aliança com a estridente Marta foi duramente questionada, da mesma forma que pouco adiantou à petista, mas tempos depois, na contabilidade do escândalo do “Mensalão do PT” apareceu o primeiro registro de dinheiro enviado ao Partido Progressista e que pode ter financiado esse estranho apoio. Em outras palavras, se em político de uma forma geral é melhor não acreditar, em Maluf menos ainda.