As autoridades paulistas da segurança pública, assim como governador Geraldo Alckmin, negam conhecer qualquer ligação dos ataques com organizações criminosas que dominam os presídios estaduais, mas é sabido que esse é o nascedouro do movimento que aterroriza a população e deixa as corporações policiais em estado de alerta. Há algumas semanas os policiais já sabiam da intenção dos criminosos, mas o fato só é revelado em sigilo.
Geraldo Alckmin disse, dias atrás, que os ataques seria revidados à altura, mas isso não intimidou os bandidos que continuam aterrorizando a maior cidade brasileira. Há quem garanta que os ataques são uma represália a algumas operações policiais, mas a verdade é outra e passa pela eleição municipal para a prefeitura paulistana. O objetivo é desqualificar a candidatura tucana, mostrando ao eleitorado as falhas do governo do PSDB.
Há meses o ucho.info anunciou que os paulistanos deveriam se acostumar com a ideia de, até outubro próximo, enfrentar greves, paralisações e ações típicas de terroristas, pois em jogo está o comando de um dos maiores orçamentos do País. A primeira incursão na seara das armações foram as várias panes nos trens metropolitanos. Na sequência surgiram os problemas no Metrô, com direito a um acidente na Zona Lesta da capital paulista.
Não custa lembrar que os ataques criminosos que aterrorizaram a população paulistana em 2006 foram de encomenda. Naquele ano, gravações realizadas pela polícia paulista flagraram uma conversa entre integrantes do PCC que pediam voto ao então candidato a deputado federal José Genoíno. O vídeo foi removido do Youtube, mas a transcrição da reportagem está disponível ao final da reportagem.
Semanas antes dos ataques PCC, o petista José Dirceu de Oliveira e Silva viajou repentinamente à Bolívia, onde se reuniu com o deputado Gabriel Herbas Camacho, irmão de Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa que reina nos presídios do estado.
O que José Dirceu foi fazer em La Paz não se sabe, mas em política não há coincidências e muito menos milagres. Por isso, os adversários do Palácio do Planalto e principalmente os de Lula que fiquem atentos, pois mais surpresas desagradáveis virão pela frente.
Confira abaixo a transcrição da conversa entre dois integrantes do PCC que combinavam voto em José Genoíno
Maria de Carvalho Felício: Ele mandou uma missão pro Zildo (piloto-geral de Ribeirão Preto). Vamos ver se o Zildo é capaz de cumprir.
José Sérgio dos Santos: Tá bom. Você quer passar pra mim ou dou particularmente pra ele?
Maria: Não, não. Ele quer festa (ataques) até a eleição. E é pra eleger o Genoíno. E, ser for o caso, ele vai pedir pro pessoal mandar as famílias não irem nas visitas pra votar, entendeu? Ele falou que um dia sem visita não mata ninguém. Ele falou: “Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno”.
Santos: Não, mas isso… Acho que todo mundo… A maioria das mulher de preso… Vai votar no Al? Nunca.
Maria: Então, é pra pedir isso. Se, por exemplo, a mulher vai, daí a mãe, a irmã tudo vota pro Genoíno. Se só a mulher que vota, então essa mulher não vai na visita e vota no Genoíno. É pra todo mundo ficar nessa sintonia: Genoíno.
Santos: E é dali que vem, né?
Maria: Isso. É o (incompreensível)