Conjuntura econômica nacional é preocupante, mas Dilma prefere se dedicar à política paraguaia

Sinal de alerta – Oráculos do Senhor, prepostos do melhor de todos os gênios que já passaram pelo planeta. Assim são os petistas quando estão no poder ou fora dele. Seus feitos sempre são os melhores, inusitados, derradeiros. Quando erram, o que não é incomum, sempre surge uma desculpa acompanha de discurso embusteiro ou de um fato inusitado. Só assim, com essa cortina de fumaça sob encomenda, conseguem camuflar a própria incompetência.

Depois de prever que o crescimento econômico em 2012 ficaria na casa de 3,5%, o Banco Central reviu sua previsão e rebaixou o avanço do PIB para 2,5%, considerando a retomada econômica e o movimento de janeiro a março. Se a previsão se confirmar, o PIB de 2012 será menor do que o do ano passado, que ficou em 2,7% e foi classificado como “pibinho”. Mas há economistas que apostam que o crescimento econômico atingirá o índice de 2%, enquanto alguns creem que ficará abaixo desse patamar.

Não faz muito tempo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o Brasil passaria ao largo da crise econômica internacional, que nasceu na Europa e ainda chacoalha a zona do euro, tese endossada com firmeza pela presidente Dilma Vana Rousseff. Não demorou muito para Mantega afirmar que a economia brasileira registraria crescimento de 4,5% em 2012, discurso que também foi acompanhado pela presidente. As previsões oficiais foram derrubando sistematicamente os discursos palacianos, obrigando o governo a adotar medidas para incentivar a economia, em sua maioria inócuas e pontuais.

Para provar que o Brasil passa por um processo contínuo de desindustrialização, tema para o qual o ucho.info alerta desde 2005, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciou na quinta-feira (28) que a atividade industrial registrou em maio, pela terceira vez consecutiva, desaceleração. Em comparação com o mês de abril, a atividade industrial recuou 0,6%. Com esses dados é possível prever que o ano fechará com pífio avanço econômico, na casa de 1,8%, o que coloca o País em sinal de alerta.

O cenário complica-se ainda mais quando considerados alguns fatores. A inflação, com pequenas oscilações para cima e para baixo, continua resistente, a oferta de crédito continua em alta, o endividamento das famílias brasileiras é recorde e a inadimplência dos consumidores começa a assustar.

Essa conjuntura é decorrente das mazelas que marcaram os governos de Luiz Inácio da Silva, que durante oito anos apelou para discursos que misturaram galhofas com falso messianismo para encobrir as mentiras de uma administração desastrosa. Para recuperar os estragos causados por Lula e seus asseclas, sempre obedientes, os brasileiros precisarão de pelo menos cinco décadas de muito esforço e dedicação obsessiva.

Escalada para explicar o inexplicável e manter a aura milagreira do PT, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), a mesma das lanchas milionárias, disse que a nova previsão para o crescimento econômico é um ajuste à realidade. “É pé no chão, mas como muito trabalho”, disse a petista Ideli. Acontece que por conta da intervenção do governo em vários setores da economia, investidores internacionais já olham o Brasil com doses de desconfiança. Essa intervenção oficial é facilmente comprovada na Petrobras, que durante muito tempo vendeu no mercado interno a gasolina por um preço menor do que o da importação do produto, apenas porque o governo não queria ver a inflação disparar, pouco importando o prejuízo dos pequenos acionistas da petrolífera.

Escolhida para substituir José Sérgio Gabriella presidência da Petrobras, Maria das Graças Foster chegou ao comando da empresa afirmando ser necessário aumentar o preço dos combustíveis, sob pena de novos investimentos serem comprometidos. Para compensar o recente aumento e evitar interferências na resistente inflação, o Palácio do Planalto decidiu zerar a Cide (Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico), imposto travestido de contribuição que incide sobre o preço dos combustíveis. Acontece que Graça Foster – é assim que gosta de ser chamada a presidente da Petrobras – já avisou que o recente aumento é insuficiente para equilibrar as contas da companhia petrolífera que mais se desvaloriza em comparação com as concorrentes internacionais.

Essa conjuntura, preocupante, diga-se de passagem, mostra com clareza que a presidente Dilma Rousseff tem assuntos muito mais importantes a cuidar do que tentar interferir no cotidiano político do vizinho Paraguai, que diuturnamente se acomoda após o impeachment de Fernando Lugo, tema que a esquerda chantagista da América do Sul tentar reverter para não arremessar ao rés do chão o movimento totalitarista que domina a região.