Mercosul suspende o Paraguai com base na falta de democracia, mas quer a Venezuela no bloco

Atropelando a lógica – Nesta sexta-feira (29), na cidade argentina de Mendonza, os mandatários dos países-membros do Mercosul analisarão a situação política do Paraguai, suspenso previamente do bloco sul-americano após o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, apeado do cargo por falta de apoio político.

De acordo com o ministro brasileiro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, o Uruguai deve continuar suspenso do bloco com base no Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998 e que prevê o compromisso democrático entre os Estados signatários. É bom que se esclareça que o Paraguai, um dos quatro fundadores do Mercosul, não foi alvo de um golpe de Estado, como quer a esquerda chantagista latino-americana, a quem interessa avançar com a lufada totalitarista que sopra sobre a porção sul do continente.

A deposição de Fernando Lugo se deu dentro do que determina a Constituição paraguaia e por causa disso não dá o direito a qualquer país a interferir em sua soberania. Se a preocupação dos estadistas do bloco é com a manutenção da democracia na região, que não aceitem o ingresso da Venezuela no Mercosul, pois o tiranete bolivariano Hugo Chávez promoveu um verdadeiro golpe de Estado ao modificar a Constituição venezuelana de forma a permitir a sua indefinida reeleição.

O posicionamento contrário ao momento político do Paraguai é uma atitude descabida, mas que encontra explicação no temor dos outros três presidentes (Dilma Rousseff, Cristina de Kirchner e Jose Mujica) de que o esquerdismo sofra uma dura derrocada, contrariando as ordens de Cuba, onde impera a sanguinária ditadura dos irmãos Raúl e Fidel Castro.