Dinheiro a rodo – O eleitor brasileiro precisa ficar atento às previsões financeiras pelos partidos políticos para as eleições municipais de outubro próximo. Como se o Brasil fosse a terra do milagre da multiplicação, candidatos às prefeituras de importantes cidades divulgaram, por meio de suas assessorias, as previsões de gastos para as respectivas campanhas.
Em São Paulo, maior cidade do País, os grandes partidos devem gastar perto de R$ 100 milhões cada na tentativa de eleger o prefeito local. O PSDB, por exemplo, informou à Justiça Eleitoral que o limite de gastos da campanha de José Serra foi fixado em R$ 98 milhões, o que permite ao partido captar recursos até esse valor. Considerando que trata-se do valor oficial, os gastos da campanha devem superar essa cifra com muita facilidade. O que mostra que a eleição faz parte do processo democrático, mas nem de longe está ao alcance do cidadão comum.
Como nenhum candidato desembolsa tanto dinheiro por mera ambição ou ideologia política, quem financia uma campanha milionária cobrará no futuro a devida contrapartida. E é nesse exato ponto do enredo eleitoral que mora o maior dos perigos.
O ucho.info noticiou diversas vezes que campanhas eleitorais são verdadeiros sugadores de dinheiro, sem que alguém apresentasse qualquer explicação plausível para isso. Uma campanha presidencial com chances de sucesso não sai por menos de US$ 300 milhões, o que equivale a R$ 600 milhões. Ao informarmos tais valores, muitos foram os indignados, mas a previsão oficial de gastos da campanha de José Serra mostra que em momento algum erramos.
