Deputado afirma que governo do PT cooptou o STF, um incentivador do “bataclã partidário”

Metralhadora giratória – No momento em que o Congresso dá os últimos passos rumo ao recesso parlamentar, que começará na quinta-feira (12), discursos contundentes, em especial por parte de oposicionistas, marcam suspensão temporária dos trabalhos. É o caso do deputado federal Onyx Lorenzoni (RS), vice-líder do Democratas, para quem o governo do PT cooptou o Supremo Tribunal Federal. A afirmação acontece semanas antes do início do caso do Mensalão do PT na mais alta instância da Justiça brasileira.

“Não tenho medo de dizer que a Suprema Corte está cooptada pelo governo federal. Tenho a coragem de expressar, de bater, de resistir”, afirmou Lorenzoni. O deputado gaúcho fez um duro discurso no plenário da Câmara, quando denunciou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que estariam alinhadas a um projeto hegemônico de poder do Partido dos Trabalhadores. Lorenzoni mencionou, por exemplo, a concessão de tempo de televisão contra uma ação direta de inconstitucionalidade movida por vários partidos e a legitimação do recém-criado PSD, contrariando uma decisão do próprio supremo a favor a fidelidade partidária.

“Essas decisões do Supremo estão longe de ser jurídicas. Estão alinhadas ao um projeto político de poder. Não há no projeto petista a alternância de poder. Há um projeto de hegemonia. O STF age como braço político daqueles que hoje detêm o poder”, criticou o parlamentar acrescentando que a posição dos ministros do STF destrói a fidelidade partidária. Lorenzoni definiu como escabrosa e anômala a decisão do STF em relação ao PSD.

“A extensão do dano causado (pela decisão) abala um dos pilares mais importantes do País que é a divisão dos poderes. O Supremo não satisfeito com suas funções tem que legislar e quem decide legislar, decide fazer política”, desabafa o democrata.

Onyx Lorenzoni classificou como retrocesso o parecer favorável ao PSD. Ele lembra que houve situações de quatro, cinco trocas de partidos por parlamentares em dois anos logo no início de seu primeiro mandato, situação extinta com a aprovação da fidelidade partidária. “O STF se arrependeu e o primeiro ato foi legitimar o PSD. O próximo passo será a repartição dos recursos do fundo partidário. São decisões para acalentar o sonho do ex-presidente Lula que é extirpar a oposição do Brasil e implantar o totalitarismo bolivariano no Brasil. Querem destruir àqueles que não se dobram ao projeto de poder do Brasil”, denunciou. “Esse projeto de poder conta cada vez mais com a importante ajuda do STF, algo que se repete, seguindo o mesmo roteiro da Venezuela, Argentina e Bolívia”, complementou.

O parlamentar afirmou ainda que o STF criou dois tipos de partidos políticos no Brasil: os da base aliada, classificados como de primeira classe e os de oposição, tratados como de segunda classe. “Parece que não somos dignos nem dos rigores da lei. Quando há lei, o STF nega. Se PSD fosse um partido de oposição a sua criação não seria interessante para o governo. Será que o STF autorizaria? Duvido”, destacou. “Agora, deputado tem preço, mensurável pela sua cota partidária, pelo tempo de TV. Quem criou essa anomalia? Os ministros do STF. Logo depois das eleições está aberto o bataclã partidário, graças à decisão do STF”, disse o deputado fazendo uma alusão ao bordel da novela global, Gabriela.

O democrata também conclamou o cidadão a resistir em respeito à democracia que corre perigo, segundo ele. “Não nos calarmos frente a esse tipo de atrocidade. Brasileiros, resistam. Nós do Democratas resistiremos. Lutamos muito para chegar a essa democracia”, concluiu.