Pedra no sapato – A presidente Dilma Rousseff foi a Londres para destilar as pílulas de ufanismo que recebeu do antecessor, o messiânico Luiz Inácio da Silva, mas pelo caminho já trombou com um indesejável obstáculo. Presidente da FIFA, o suíço Joseph Sepp Blatter reuniu-se com a petista, a quem externou sua preocupação com as obras em algumas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O cartola do futebol planetário lembrou que esses locais foram marcados com sinal “vermelho” pela FIFA.
O encontro entre Blatter e Dilma durou cerca de trinta minutos e ocorreu no elegante Hotel Ritz, onde a mandatária e seu entourage estão hospedados. Ao deixar a reunião, o presidente da FIFA disse que foram discutidos os problemas enfrentados na organização da Copa. “Nós falamos dos atrasos”, afirmou Blatter, para quem ainda há cidades que precisam sair do vermelho, passar para o amarelo e, por último, chegar ao verde. “Há muito o que fazer”, completou.
Apesar do alerta, Joseph Blatter preferiu não mencionar as sedes de 2014 que preocupam a FIFA. Ele preferiu afirmar que confia que tudo dará certo e ficará pronto para a Copa de 2014. Segundo o chefão da FIFA, a reunião desta quinta-feira, em Londres, faz parte do cronograma de encontros periódicos acertou anteriormente com Dilma.
Futuro nada sombrio
Enquanto Dilma e Blatter se debruçam sobre questões relacionadas aos atrasos nas obras para a Copa, o Brasil se prepara para, encerrado o evento esportivo, conviver com estádios que serão “elefantes brancos”. É o caso das arenas que estão sendo construídas em Cuiabá, Manaus e Natal, capitais de estados onde o futebol regional é reconhecidamente inexpressivo. Por certo os empreendedores dirão que as tais arenas são multiuso, mas será preciso muita criatividade para ocupar ao máximo esses estádios que custarão por volta de R$ 1 bilhão cada. Sempre com o polpudo auxílio dos cofres oficiais.
Até então, o presidente da FIFA e Dilma conversaram sobre assuntos de competência do Estado, mas há um quesito relacionado à iniciativa privada que também causa preocupação. O número de hotéis em muitas das cidades-sede é insuficiente para atender a demanda que será gerada pela Copa. Com a enxurrada de turistas que é esperada por ocasião do torneio, a hotelaria certamente entrará em colapso. Um teste do que deve ocorrer em 2014 aconteceu na capital fluminense durante a Rio+20. Participantes da conferência da ONU foram obrigados a buscar hospedagem em Búzios. A solução, como já anunciado pelo ucho.info, serão os motéis.