Fechando o cerco – Escolhido pelo PT para atuar como amortecedor de acusações durante o julgamento do Mensalão do PT, que começa na quinta-feira (2) no Supremo Tribunal Federal, Delúbio Soares começa a viver com antecedência o que se pode chamar de inferno astral.
O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quarta-feira (1) que a denúncia de lavagem de dinheiro, protocolada contra o ex-tesoureiro do PT, foi aceita pelo juiz Márcio Ferro Catapani, da 2ª Vara Criminal Federal, em São Paulo.
O advogado Celso Vilardi, que defende Delúbio, informou que ainda desconhece o fato de a denúncia ter sido aceita e que só se pronunciará sobre o caso após notificação judicial. A Justiça Federal, por sua vez, não confirmou o recebimento da denúncia.
Delúbio Soares de Castro é acusado de receber de duas agências de publicidade – SMP&B Comunicações e DNA Propaganda – R$ 450 mil, dinheiro oriundo de atividades ilegais. Segundo o Ministério Público, o dinheiro chegava até Delúbio através de um esquema fraudulento que envolvia o Banco Rural.
A referida ação é decorrente de um desmembramento da investigação principal, que apura o escândalo de corrupção que ficou nacionalmente conhecido como Mensalão do PT. De acordo com o MPF, as citadas empresas de publicidade obtinham recursos de forma fraudulenta por meio de dois esquemas. O primeiro consistia na obtenção de empréstimos fictícios junto ao Banco Rural, que jamais foram cobrados. O outro era conseguir recursos através de contratos com a administração direta e indireta, sem a devida prestação do serviço.
O mais novo capítulo do imbróglio que chacoalhou o governo Lula mostra que o julgamento no STF pode desagradar muitos dos acusados de envolvimento no esquema de compra de apoio parlamentar no Congresso, por meio do pagamento de mesadas regulares. Além de Delúbio, serão arrastados ao olho do furacão os diretores do Banco Rural, começando pela presidente da instituição, Kátia Rabelo.