Tudo planejado – A greve de servidores federais se alastra pelo País e provoca um enorme constrangimento à presidente Dilma Rousseff, que insiste em enfrentar com dureza os grevistas. Esse tipo de conduta da presidente por certo não promoverá a solução do impasse, pois nos bastidores da greve há operadores profissionais.
Sem saber com o lidar com os grevistas, Dilma decidiu se aconselhar com o antecessor, o messiânico Lula, que fez carreira nos corredores dos sindicatos e em cima de carros de som. A presidente errou sobremaneira ao procurar o ex-metalúrgico, pois ele próprio trabalha silenciosamente para inviabilizar o governo da sucessora. Não o faz diretamente, até porque seria um acinte descomunal, mas há amestrados cuidando do assunto com o devido afinco. Todos devidamente remunerados.
Desde que recebeu alta médica, após tratamento contra um câncer na laringe, Lula tem diminuído sistematicamente as declarações em favor da reeleição de Dilma Rousseff. O ex-presidente fala vez por outra no assunto, mas sem o entusiasmo necessário e devido.
Que Lula deseja voltar ao Palácio do Planalto em janeiro de 2015 todos sabem, mas é preciso compreender como esse projeto avança. Disposta a criar um bloco de petistas aliados e fiéis, Dilma foi obrigada a ejetar os tutelados por Lula, que descontente passou a operar com sordidez nas coxias do poder, ao mesmo tempo em que posa de conselheiro da sucessora.
Desgastar a imagem de Dilma Rousseff, evidenciando sua inoperância e a conhecida intransigência, é o projeto lulista, que por enquanto está apenas no primeiro capítulo.