Para baixo – Reunidos a partir desta terça-feira (28), os integrantes do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que há muito perdeu a independência, devem decidir por mais uma redução da taxa básica de juro, a Selic, atualmente fixada em 8% ao ano.
De acordo com o professor da Escola de Economia da FGV-SP, Rogério Mori, a queda será de meio ponto percentual. “A Selic deve cair a 7,50% ao ano nesta reunião. Isso ocorre porque apesar de existirem alguns sinais de recuperação da atividade econômica brasileira, ela ainda está relativamente debilitada”, destaca Mori.
Para quem pretende investir, Mori ressalta que a poupança perdeu a atratividade por conta das sucessivas quedas da Selic e que a renda fixa também não é uma boa opção porque está com uma rentabilidade baixa em relação ao ano passado.
Sobre a inflação, Mori afirma que o índice deve fechar o ano um pouco acima dos 5%, mas essa não é a maior preocupação do governo no momento. “O crescimento econômico brasileiro deve ficar pouco abaixo dos 2% em 2012. A maior preocupação do governo é tornar essa recuperação mais robusta daqui para frente e por conta disso, a política monetária deve seguir seu ciclo de flexibilização”.
Realidade econômica
Uma nova redução da Selic, como espera o mercado, mostra que o Palácio do Planalto falta com a verdade quando fala sobre a economia do País. Enquanto adota medidas pontuais e não tão eficazes, o governo aposta no consumo interno como forma de reverter a crise, empurrando mais uma vez o cidadão ao consumismo. Na eventualidade de cair na mesma armadilha usada pelo governo do petista Luiz Inácio da Silva, o brasileiro patrocinará a reprise de um filme nada convidativo, que teve como protagonistas o endividamento recorde e a inadimplência.
Contudo, causa estranheza o fato de até agora nenhum petista ter criticado a herança maldita deixada por Lula, que foi incensado garças à bolha de virtuosismo que começa a estourar. Enquanto o silêncio dos companheiros prevalece, Lula circula pelo País apoiando candidatos Às eleições municipais de outubro próximo, como se o seu legado fosse merecedor de algum tipo de louvor.