Dilma Rousseff perde o bom senso ao rebater FHC e afirma que herança deixada por Lula não é maldita

(Foto: AFP)
Troca de farpas – Que Luiz Inácio da Silva deixou à sua sucessora uma intrincada e maldita herança todos sabem, mas ninguém pode falar sobre o assunto. Pelo menos é isso que demonstra nota assinada pela presidente Dilma Rousseff e enviada aos órgãos de comunicação do País.

De acordo com a nota, Dilma rebate a afirmação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em artigo publicado no último final de semana nos jornais “O Estado de S. Paulo” e “O Globo”, destacou a herança maldita deixada por Lula. A referência de FHC foi um repetição do que o próprio ex-metalúrgico fez quando assumiu o poder, em janeiro de 2003. Como forma de justificar por antecipação a sua conhecida incompetência, Lula preferiu classificar como herança maldita o legado do antecessor.

“Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão. Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes”, destaca a nota assinada por Dilma.

Petistas são magnânimos e não toleram ser criticados, especialmente por adversários. Dilma, por sua vez, sem ter o que fazer, apelou ao absurdo para rebater o artigo de Fernando Henrique Cardoso. O Brasil, como se sabe, vive um inequívoco apagão de infraestrutura, o que impede qualquer reação da economia nacional. Afirmar que Lula deixou investimentos consistentes em infraestrutura é assinar recibo de tolice. Outro absurdo de Dilma foi afirmar que a inflação está sob controle, quando na realidade as previsões são de alta do mais temido fantasma da economia.

Em outro trecho, a presidente afirma ter recebido “um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes”. Pois bem, para Dilma não importa o endividamento recorde das famílias brasileiras e a disparada da inadimplência. De igual modo, a presidente parece não se preocupar com o nível de aprendizado dos alunos, bastando apenas que os mesmos consigam chegar às universidades. Ou seja, bom mesmo são universitários diplomados com vocação para néscio.

Mais adiante, Dilma alega ter recebido “um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse”. Lula só não avançou no seu projeto de mudar a Constituição Federal para abocanhar mais um mandato porque foi aconselhado a desistir da ideia que estava em marcha na Câmara dos Deputados, sob o comando do deputado federal e companheiro de legenda Devanir Ribeiro.

Por fim, Dilma destaca na nota que “o ex-presidente Lula é um exemplo de estadista”. No momento em que o Supremo Tribunal Federal confirma que o governo Lula foi uma ode à corrupção, afirmar que o ex-metalúrgico é um estadista é no mínimo sandice. Pode até ser uma obrigação partidária, mas tal afirmação é suicídio político.