Após recuo em pesquisa eleitoral, candidato Celso Russomanno é vítima das próprias promessas

Sem rumo – Candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, o ex-deputado federal Celso Russomanno tem, além do vínculo político com o bispo Edir Macedo (leia-se Igreja Universal do Reino de Deus), outros problemas de campanha, o que pode fazer com que caia sua liderança nas pesquisas de intenção de voto.

Na semana em que a coordenação de campanha cria zonas de conflito com o staff do candidato, Russomanno é traído pelas próprias promessas, algumas delas inviáveis sob o ponto de vista da legalidade. Depois de afirmar que reforçaria a segurança da capital paulista com a ajuda dos vigilantes de rua, o candidato do PRB disse que, caso eleito, reveria todos os contratos da prefeitura paulistana com as empresas de segurança privada.

Foi o suficiente para que os empresários do setor se mobilizassem e conseguissem um encontro a portas fechadas com Celso Russomanno. O mais estranho nesse imbróglio é que o vice de Russomanno é o criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente licenciado da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil. D’Urso, por sua vasta experiência como operador do Direito, deveria orientar seu parceiro de chapa sobre o que é possível prometer tendo a legalidade como ponto de partida.

Outro tiro no pé dado por Celso Russomanno foi o anúncio sobre os incentivos fiscais concedidos pela prefeitura de São Paulo para a construção do estádio do Corinthians, em Itaquera, Zona Leste da cidade. O candidato afirmou que alguns dos incentivos poderiam ser rediscutidos, o que gerou enorme polêmica. Paixões futebolísticas à parte, buscar problemas com a comunidade corintiana é o que se pode chamar de suicídio eleitoral. Especialmente quando isso ocorre a algumas semanas da eleição. Diante da repercussão da própria fala, Russomanno não teve outra saída que não se desdizer. A continuar assim, o candidato do bispo Edir Macedo pode ter problemas no segundo turno da corrida rumo ao trono paulistano.