Reportagem de Veja atinge a cúpula do PT, que acionou a tropa de choque para atacar jornalistas

Sinal vermelho – O desespero desembarcou de uma vez na seara petista. Sem conseguir reverter o péssimo desempenho dos candidatos da legenda nas capitais brasileiras e temendo os efeitos colaterais da reportagem da última edição da revista Veja, em que Marcos Valério acusa Lula de ter sido o comandante do mensalão, o PT já acionou sua tropa cibernética para infernizar a vida dos jornalistas que não se renderam às ofertas da camarilha vermelha.

Qualquer texto contra o governo do PT é considerado tentativa de golpe ou, então, carregado de ideias reacionárias. Foi esse o conteúdo do e-mail enviado ao ucho.info, acusado de alienar o povo, desvirtuar o trabalho (sic) do governo e favorecer o liberalismo e o mercado financeiro. A acusação se faz absurda porque o acusador prefere ignorar o fato de que os banqueiros jamais faturaram como nos oito anos em que o fanfarrão Lula esteve no Palácio do Planalto. Tudo o que estiver fora do modelo totalitarista e criminoso adotado pelo PT é utopia, pelo menos para esses senhores que continuam acreditando estar na árvore genealógica de Aladim, quando na verdade são descendentes diretos de Ali Babá. Para esses saltimbancos que surrupiam a verdade dos fatos, uma crítica fundamentada é inflar a sociedade contra ditadores confessos que se escondem atrás de discursos ufanistas.

Com a chegada da revista Veja às bancas de jornal de todo o País, o PT decidiu ressuscitar o imbróglio que marcou a eleição presidencial de 2010 e que ainda não ficou esclarecido. Na manhã de domingo (16), um dos soldados cibernéticos, amestrados pelo partido, distribuiu aos jornalistas contrários ao status quo o conteúdo do livro “Privataria Tucana”, que traz material requentado com informações sobre as privatizações realizadas na era FHC.

Trata-se de uma atitude tão desesperada quanto a de Marcos Valério Fernandes de Souza, com uma monumental diferença. O que o publicitário afirma é verdade. No tocante às privatizações promovidas por Fernando Henrique Cardoso, o PT teve tempo suficiente para condená-las, mas não o fez porque sabia que mais adiante teria de repetir o mesmo modelo, o que está acontecendo em relação aos aeroportos, rodovias e ferrovias. Ao criticar as privatizações da era FHC, o Partido dos Trabalhadores simplesmente assume a incompetência, quiçá não tenha feito algum acordo para permanecer calado, considerando que o processo teve ilegalidades inquestionáveis.

A preocupação do PT em âmbito nacional ficou evidente no comício que Lula fez, em Salvador, para o candidato petista Nelson Pelegrino, segundo colocado na corrida à prefeitura da capital da capital dos baianos. Para estocar o democrata Antônio Carlos Magalhães Neto, primeiro colocado nas pesquisas, o ex-presidente acionou seu conhecido discurso galhofeiro e disparou: “Se esse cidadão (ACM Neto) teve coragem de dizer que queria bater no presidente da República adivinha o que ele vai fazer com camelô aqui em Salvador”.

Sub-relator da CPI dos Correios, ACM Neto disse, à época, que seu desejo era dar uma “surra” no então presidente, que ordenara à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) o monitoramento do parlamentar. Para reforçar sua fala bravateira, Lula foi além e disse ser “importante que a gente não tenha memória curta”. O ex-metalúrgico está coberto de razão, pois a memória curta, turbinada pela ignorância política, impediu a sociedade de perceber até então o viés criminoso do governo mais corrupto da história nacional. Não fosse a coragem de muitos ministros do STF e o desespero de Marcos Valério, que ora se traduz em delações, a memória do brasileiro continuaria não apenas curta, mas anestesiada.