A poucos dias das eleições, corrida à prefeitura de SP ganha armações e jogo duplo nos bastidores

Artilharia pesada – Confirmando as expectativas, a briga pela prefeitura de São Paulo começa a ganhar capítulos extras. Alguns escancarados, outros nas coxias da campanha. Na tentativa de reverter o encolhimento do PT nas urnas de todo o País e ainda sonhando em ver Fernando Haddad no segundo turno da eleição paulistana, o ex-presidente Lula tem se dedicado a expedientes nada ortodoxos.

Depois de exigir dos presidentes dos partidos da chamada base aliada um desagravo, no afã de diminuir o desgaste de sua imagem por causa do escândalo do mensalão, o ex-metalúrgico agora faz jogo duplo nos bastidores da política nacional, tendo como cardápio a corrida à prefeitura de São Paulo. Contando com o apoio de Dilma Rousseff e a obediência do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, Lula costurou um acordo com o PRB, que, junto com o PT, deve centrar ataques a José Serra, candidato do PSDB, mesmo que maneira transversa.

Crivella, que é senador pelo PRB do Rio de Janeiro, é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e cunhado do bispo Edir Macedo, que comanda de forma disfarçada o PRB, partido de Russomanno e cujo presidente, bispo Marcos Pereira, assinou o manifesto de encomenda a favor de Lula.

Ainda na esfera federal, Lula aposta em reação inesperada do acanhado candidato PMDB, Gabriel Chalita. No programa político levado ao ar na manha desta sexta-feira (21), Chalita atacou Russomanno, comparando-o a Celso Pitta e Gilberto Kassab. A situação torna-se ainda mais complexa porque, com a bênção de Kassab, Russomanno e Serra combinaram não fazer uso de ataques mútuos e desnecessários.

Maquiavélica e com vieses de rapinagem, a estratégia tem como pano de fundo o índice de rejeição de Serra e visa convencer o eleitor a optar pelo voto supostamente útil, que nesse caso, no pensamento petista, beneficiaria Fernando Haddad. Como essa briga quase de rua está apenas começando, prepare-se, pois!