Junto com a corrupção, fracasso da economia levará o PT ao lado obscuro da história

Dura realidade – “Torcer contra o Brasil”. Eis a acusação imposta ao ucho.info por palacianos, no final de 2008, por ocasião do apelo feito pelo então presidente Luiz Inácio da Silva para que os brasileiros mantivessem em níveis elevados o consumo interno, como saída para a crise que eclodiu a partir do “subprime” norte-americano. Aos jornalistas deste site não cabe torcer contra o País e muito menos se ajoelhar diante das autoridades, mas apenas fazer jornalismo opinativo, analisando os fatos e esculpindo as críticas necessárias. Se a Lula e ao Palácio do Planalto nossas opiniões incomodam, que esses parentes de Aladim nos provem o contrário.

À época dos inúmeros incentivos oficiais ao consumismo, o que só foi possível com o chamado crédito fácil, o ucho.info alertou para o perigo do endividamento recorde das famílias brasileiras e o repentino crescimento da inadimplência. Fora isso, afirmamos que o excesso de consumo provocaria duas situações preocupantes e distintas. A inflação tornar-se-ia resistente e a indústria nacional sofreria com a invasão dos importados. Mas Lula, como gênio que é, entendeu que não passamos de um apêndice da elite golpista.

Longe de vestir a fantasia do profeta do apocalipse, o que fizemos foi analisar os fatos com parcimônia e no largo espectro, o que qualquer pessoa com doses rasas de conhecimento pode fazer. E as promessas milagrosas de Lula desapareceram como éter no ar.

Há muito com o desejo do consumo reprimido, os menos privilegiados partiram às compras de maneira irresponsável e hoje colecionam dívidas e carnês vencidos. Passados quatro anos dos apelos presidenciais, o Brasil tem hoje 40% da população inscritos nos cadastros negativos dos órgãos de proteção ao crédito e, portanto, sem condições de comprar. O que faz com que a redução das taxas de juro pelos bancos em nada resolva o problema da economia.

Recentemente, o ministro da Fazenda, o peremptório Guido Mantega, classificou como absurdos as taxas de juro cobradas pelas operadoras de cartão de crédito, que prontamente reduziram os índices que vinham sendo praticados. Essa queda no juro dos cartões ainda é recente, mas a inadimplência do setor é de 28%. O que justifica as taxas cobradas pelas operadoras, porque no mercado financeiro nada acontece de graça.

Para provar que o sistema financeiro não é um grupo de benemerência, os bancos compensaram a redução do juro com a disparada dos valores das taxas cobradas dos incautos clientes, que somente neste ano subiram 191%.

No vácuo da redução do IPI para o setor automobilístico, o governo pressionou os bancos para que reduzissem as taxas de juro dos financiamentos. Isso de fato aconteceu, mas os banqueiros, na outra ponta, revigoraram a proibida Taxa de Abertura de Crédito, que em alguns casos chega a R$ 1.500,00. Em outras palavras, o que o governo conseguiu foi trocar seis por meia dúzia. E o povo continua sendo diuturnamente assaltado em todos os segmentos da vida, que, diga-se de passagem, não está fácil. Como afirmou certa vez o filósofo (sic) Lula, “nunca antes neste país”.