Como sempre – José Serra, que concorre à prefeitura paulistana pelo PSDB, acusou a TV Record de proteger Celso Russomanno, candidato do PRB, ao cancelar o debate agendado para a próxima segunda-feira, 1º de outubro. O candidato tucano afirmou que em nenhum momento se reusou a participar do debate, como informou previamente a emissora, que também confirmou a não participação de Russomnanno, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, dona da Rede Record.
“Eles (TV Record) estão querendo defender o Russomanno que não quer debater, então estão inventando isso. Não houve negativa. A Record cancelou o debate para proteger o Russomanno”, disse José Serra na quarta-feira (26). “O Russomanno para fazer campanha tem que estar protegido. Ele não tem muitas ideias, é muito vulnerável, despreparado, então se é exposto fica fragilizado”, completou o tucano.
A assessoria de Celso Russomanno informou que o candidato não participará do debate porque na próxima segunda-feira está previsto o nascimento de sua filha. Um desculpa pouco convincente, pois jogadores de futebol, por exemplo, não deixam de cumprir compromissos menos importantes para acompanhar o nascimento de um filho. Ciente de que será pressionado por Serra e Fernando Haddad, que intentam chegar ao segundo turno, o candidato do bispo Edir Macedo preferiu cancelar sua participação.
Esse tipo de manobra não é novidade na seara da Rede Record. Em 1989, o então governador Orestes Quércia (PMDB) decidiu fazer do então secretário Luiz Antonio Fleury filho o seu sucessor. Em uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, com integrantes da campanha, inclusive marqueteiros, Quércia fez a seguinte frase: “Vamos para o segundo turno e amos dar um pau no turco”. Na ocasião, Fleury tinha míseros 3% de intenção voto e disputava o governo paulista com Paulo Salim Maluf.
Com o crescimento do seu candidato e pupilo na pesquisas, Quércia entendeu que o último debate, que aconteceria na Record, não poderia acontecer, sob pena de Fleury ser atropelado pelo escorregadio Maluf. E não demorou muito para que a emissora anunciasse o cancelamento do debate. Àquela época, Edir Macedo enfrentava problemas na Justiça por causa da compra da Rede Record.