A uma semana das eleições, Planalto alerta para o acirramento da crise entre o PCC e o governo de SP

Oportunismo barato – Quando o assunto é administração pública, a insegurança lidera o ranking dos temas que mais preocupam os cidadãos. Não há no País uma região metropolitana sequer que pode ser classificada como minimamente segura, pois o Estado continua em desvantagem na guerra contra os criminosos, sempre motivados pelo tráfico de drogas, o maior de todos os males da nação.

Sem solução no curto prazo, a insegurança pública vez por outra é usada como recheio de campanhas eleitorais. Em julho de 2006, quando o período eleitoral havia começado, a facção criminosa PCC, que atua nos presídios paulistas, comandou uma série de ataques na cidade de São Paulo, deixando a população da capital paulista assustada e recolhida. À época, Lula partia para a tentativa de reeleição e precisava de qualquer fato novo para minimizar o estrago provocado pelo escândalo do Mensalão do PT.

Agora, seis anos depois, com o PT tentando de tudo para levar Fernando Haddad para o segundo turno da disputa pela prefeitura paulistana, o PCC volta a atacar, desta vez de forma menos intensa e mais pontual. Como na seara da política não há coincidências, o governo federal aumentou o alerta para São Paulo em razão das recentes ações do PCC, que decidiu responder às incursões da Polícia Militar paulista.

Um relatório especial elaborado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que mantém informado o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), destaca que a situação deve se agravar nos próximos meses, uma vez que, segundo o governo federal, a facção decidiu revidar as ações das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

Considerando que na política inexistem inocentes, é no mínimo estranho o fato de o tal relatório ter sido divulgado somente agora, a uma semana da eleição que decidirá quem passará ao segundo turno da corrida rumo à maior prefeitura brasileira, que o PT deseja abocanhar a qualquer custo.

Igualmente estranho é o fato de a mesma Abin não ter produzido para o GSI um relatório sobre o agravamento da situação da segurança pública no Rio de Janeiro, onde os grupos criminosos que se dedicam aos tráfico de drogas continuam mandando em boa parte do estado. Como o PT não tem, pelo menos por enquanto, qualquer interesse na Cidade Maravilhosa e suas cercanias, a ordem é não incomodar os aliados.

Na edição de quinta-feira (27), o ucho.info afirmou que faltando poucos dias para o primeiro turno o jogo sujo entraria em cena na cidade de São Paulo, pois para salvar o PT e o abusado Lula o Palácio do Planalto foi incumbido de agir rapidamente e em todas as frentes.