Vela na mão – O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, deputado federal Arnaldo Jardim, cobrou nesta quinta-feira (4) explicações detalhadas do CMSE (Comitê Nacional do Sistema Elétrico) sobre as causas dos apagões que atingiram todas regiões do país nos últimos 13 dias. Segundo ele, as panes consecutivas no fornecimento de energia elétrica colocam em xeque a eficiência do sistema.
“As informações fornecidas sobre os motivos dos apagões ocorridos em 2011 deixaram evidente a necessidade do reforço do sistema de prevenção e da expansão dos procedimentos de controle para evitar interrupções”, disse Arnaldo Jardim, que também é membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
De acordo com o parlamentar, diligências feitas pelo Tribuna de Contas da União (TCU) nas empresas do setor elétrico apontam a necessidade de informações mais detalhadas acerca das providências do ONS (Operador Nacional do Sistema) para assegurar maior eficiência na prevenção e na segurança ao sistema de distribuição de energia.
Para Jardim, as decisões do CMSE – órgão que acompanha o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica no país – precisam ser mais transparentes. “A divulgação das atas das reuniões do CMSE é fundamental para um diagnóstico mais detalhado da proteção e da capacidade do sistema”, disse, ao defender que o procedimento do Comitê seja no mesmo molde do que acontece atualmente com a ata do Copom (Comitê de Política Monetária).
A divulgação das decisões, segundo o parlamentar do PPS, é necessária para se conhecer os critérios que são adotados pelo CMSE, por exemplo, quando é preciso remanejar energia para regiões que apresentam aumento na demanda. “A transparência só reforçaria a confiança no sistema elétrico”, afirma.
Apagões
No dia 23 de setembro, um apagão deixou mais de cinco milhões de pessoas sem energia elétrica no Ceará, Maranhão, Bahia e Paraíba. Segundo a ONS, a pane foi provocada por pane em um transformador na cidade de Imperatriz (CE). Nesta quarta-feira, uma falha em transformador de Furnas, em Foz do Iguaçu (PR) provocou a interrupção de energia no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Acre e Rondônia. Hoje, outro apagão atingiu Brasília.
As interrupções no fornecimento de energia elétrica, que por imposição palaciana não podem ser chamadas de apagões ou blecautes, acontecem logo após a presidente Dilma Rousseff, conhecida como especialista no setor, ter anunciado a redução das tarifas de energia a partir de 2013. Se com a atual e cara tarifa de energia elétrica o sistema de transmissão não dá conta do recado, não é difícil imaginar o que acontecerá quando, com preço reduzido, o consumo aumentar.
A bolha de virtuosismo lançada irresponsavelmente por Luiz Inácio da Silva começa a estourar, mas Dilma prefere fechar os olhos para a realidade e afirmar que em hipótese alguma recebeu do antecessor um espólio amaldiçoado. Dia a sabedoria popular que o pior cego é aquele que não quer ver.