Tudo combinado – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) reagiu com indignação à nova paralisação dos trabalhos da CPI do Cachoeira. Desta vez, a maioria dos membros do colegiado resolveu, em reunião na terça-feira (16), adiar os encontros da CPI até o dia 30 de outubro, dois dias após o término do segundo turno das eleições. Para o deputado, mesmo com a possibilidade de prorrogação, o anúncio de hoje mostra que há um “acordão” para barrar novas investigações.
“A primeira coisa que fizeram foi adiar a reunião desta quarta-feira, quando votaríamos a quebra de sigiloso de 12 empresas fora do eixo Centro-Oeste que receberam mais de R$ 200 milhões da construtora Delta. Fica claro que não querem investigar. Se vão prorrogar, por que não aprovar as quebras desde já? Por que não investigar a atuação da Delta no Rio de Janeiro? Na prática, estão enterrando a CPI por etapas”, afirmou o líder do PPS, que integra a comissão.
Na reunião, Rubens Bueno propôs a prorrogação dos trabalhos por mais 180 dias. A proposta teve o apoio de membros do PDT, PSOL, PSDB e DEM. No entanto, a maioria dos integrantes CPI aceitou apenas prorrogar os trabalhos, que terminariam no dia 4 de novembro, sem definir o período. “Quem garante que não vão mudar de opinião até lá?”, indaga o deputado.
Para o líder do PPS, o avanço dos trabalhos da comissão esbarra na investigação de milhões de reais que saíram dos cofres da Delta em 2010 e que podem ter abastecido campanhas políticas. “Há muita coisa para fazer que não foi feita. E eles (a base do governo) não querem fazer. Se deixaram a votação das quebras de sigilo para depois do dia 30 é porque não querem quebrar. Por que não quebraram até agora?”, indaga o parlamentar.