Já acostumada com os escândalos de aliados, Dilma perde a compostura e salva Fernando Pimentel

Bagunça autorizada – O que era esperado acabou acontecendo. A pressão exercida por Dilma Vana Rousseff na Comissão de Ética Pública da Presidência culminou com o arquivamento dos dois processos que tinham na mira o ministro do Desenvolvimento, o companheiro de armas Fernando Pimentel.

Integrante do núcleo mais próximo à presidente Dilma Rousseff, o petista mineiro Fernando Pimentel foi acusado de prestar consultorias suspeitas antes de assumir o cargo de ministro e de usar jato fretado por empresário para viagem na Europa, quando já despachava na Esplanada dos Ministérios.

Em junho passado, o então conselheiro Fábio Coutinho defendera a aplicação de advertência a Pimentel por conta dos negócios de consultoria, voto acompanhado de Marília Muricy. Coincidência ou não, os dois conselheiros não foram reconduzidos ao cargo pela presidente Dilma Rousseff, o que o então presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, a pedir demissão.

Como sempre afirma o ucho.info, cobrar coerência de políticos é a mais hercúlea das tarefas, quiçá não seja impossível, mas é preciso doses mínimas de vergonha diante de determinadas situações. Nos tempos em que engrossava as fileiras da oposição, o PT patrocinou uma enorme grita quando o então ministro de Ciência e Tecnologia do governo FHC, Ronaldo Sardenberg, utilizou avião da FAB para viajar com a família ao arquipélago de Fernando de Noronha, onde se hospedou no Hotel de Trânsito de Oficiais.

Desde a chegada ao poder central, o PT vive mesclado em escândalos, os quais são justificados com a tese boquirrota de que os fins justificam os meios. Acontece que esse tipo de procedimento, o de usar jatos oficiais para fins privados e particulares, tornou-se algo comum no reino petista. O filho do então presidente Lula viajou com amigos para Brasília a bordo de um avião da Presidência da República. Na capital federal, o filho do ex-metalúrgico patrocinou uma enorme farra no Palácio da Alvorada, transformado em colônia de férias de quinta categoria. Em outra ocasião, um avião oficial do governo, com autoridades a bordo, ficou parado no Aeroporto de Congonhas à espera de outro filho de Lula, que pegou carona para viajar a Brasília.

Candidato do PT à prefeitura paulistana, o petista Fernando Haddad usou jato oficial para transportar a mulher e a filha de Brasília para São Paulo. Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, usou avião fretado por presidente de ONG para comparecer a evento oficial. Ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi admitiu carona em jato da empresa Ourofino, que recebeu autorização do ministério para produzir vacina contra febre aftosa.

O uso de jatos da FAB é regulamentado por decreto federal (4.244/2002), que prevê o transporte de ministros, além de outras autoridades, para agendas oficiais ou no deslocamento para casa. Quando autoridades fazem uso de aeronaves de terceiros não há lei que regulamente e deve ser considerada bandalheira. Como disse certa vez o messiânico Lula, “nunca antes na história deste país”.