Dita branda – Eleito senador pelo Espírito Santo, Magno Malta, um gazeteiro conhecido no Congresso Nacional, acredita estar acima da lei e intimida jornalistas que buscam informações acerca dos gastos de seu gabinete. Como muitos sabem, os gastos de diversos gabinetes do Congresso são verdadeiras caixas pretas, porque não dizer que muitas vezes são verdadeiras caixas de Pandora.
Há quinze anos em Brasília, ex-correspondente de “A Gazeta” e atualmente de “A Tribuna”, o jornalista capixaba Marcos Rosetti, editor do site Agência Congresso, recorreu ao Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas)para preservas seus direitos e dar um basta na ousadia de Magno Malta.
O Sindicato condena a truculência do parlamentar, já denunciado ao longo de sua carreira por diversas irregularidades e ações semelhantes, que acionou a Polícia Federal para tentar impedir que notícias sobre gastos do seu gabinete fossem colhidas por Rosetti, um profissional reconhecidamente competente e profundo conhecedor da política capixaba.
Por considerar que os direitos do profissional estão ameaçados, a agressão foi imediatamente comunicada a organismos internacionais de imprensa, como a Conferência Latino Americana. Desde o momento da comunicação, o nome de Magno Malta passou a integrar a “lista negra” do jornalismo latino-americano.
É importante destacar que Magno Malta, assim como todos os parlamentares, não é senador, mas está como tal apenas e exclusivamente pelo voto do povo, a quem deve explicações detalhadas do dinheiro público que é mensalmente despejado em seu gabinete. O grande problema da extensa maioria dos políticos brasileiros é pegar carona na fatídica frase “você sabe com quem está falando?” e estar acostumado a dar as indefectíveis carteiradas, como se estivessem acima da lei e fossem melhores do que qualquer cidadão brasileiro.
O Sindijornalistas lembra que a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou recentemente relatório que coloca o Brasil entre os cinco países em que mais morrem jornalistas em circunstâncias covardes, muitas vezes não esclarecidas. Os outros quatro países são Síria, Somália, Paquistão e México
Magno Malta deveria repensar suas atitudes, pois mesmo com a prerrogativa de foro privilegiado essa e outras tantas confusões podem acabar nos tribunais. Reza a Constituição Federal que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. E não serão um bottom na lapela e um diploma da Justiça Eleitoral que farão de Magno Malta alguém diferente e melhor.
Como dizia o saudoso e folclórico ex-senador Mão Santa quando se instalava na tribuna do Senado para seus longos discursos, “atentai bem, ó Magno Malta!”.